Uma jovem, 21 anos, presa nessa terça-feira (24.01), durante a operação Kalýpto, que investiga o sequestro, homicídio e ocultação de cadáver de quatro rapazes do Maranhão, que estavam morando no bairro Jardim Renascer, em Cuiabá, foi quem atraiu as vítimas até o local onde foram sequestrados pelos criminosos.
Os maranhenses Tiago Araújo, 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, 20 anos e Clemilton Barros Paixão, também de 20 anos, foram mortos no dia 02 de maio de 2021, por motivo torpe e retaliação de uma facção criminosa rival. Leia matéria relacionada - Jovens vêm para Cuiabá em busca de emprego e acabam sequestrados pelo Comando
Nessa terça (24), a Polícia Civil deflagrou uma operação, onde sete pessoas envolvidas nos homicídios e ocultação de cadáveres foram presas e tiveram as prisões mantidas pela Justiça após audiência de custódia, nessa quarta-feira (25). Duas pessoas continuam foragidas. Leia mais - Cinco envolvidos na execução e decapitação de maranhenses são presos; cadáveres desaparecidos
De acordo com o delegado Caio Fernando Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), todos os elementos investigativos reunidos apontaram que a jovem presa teve contribuição no desaparecimento das vítimas, contudo, ela continuou mantendo as versões, em depoimentos, de que não tinha nenhum conhecimento sobre o paradeiro dos quatro rapazes.
O delegado explicou que ela foi ouvida em três ocasiões diferentes na DHPP e em todas alegou que não conhecia as vítimas, que não morava mais no conjunto de quitinetes, enquanto que a investigação apurou que ela conhecia, sim, todas as vítimas, inclusive atraiu os rapazes ao local, de onde depois foram sequestrados e mortos pelo grupo criminoso.
No entanto, a investigação apontou que a suspeita morava em uma quitinete ao lado das Tiago e Paulo, ou seja, eram vizinhos de parede. Caio disse que ela atendeu à risca a ordem da facção e negou que conhecesse as vítimas. Contudo, a investigação revelou que na tarde em que as vítimas desapareceram, a jovem chamou Tiago e Paulo para que a ajudassem a trocar uma lâmpada na quitinete dela. Os rapazes a auxiliaram, enquanto que os outros dois, Clemilton e Geraldo, estavam nas proximidades. Nesse ínterim, entra no prédio das quitinetes o grupo criminoso que pega todas as vítimas e as levam ao local onde foram torturadas e depois executadas.
Nos depoimentos no curso da investigação, a jovem, porém, alegou que conhecia apenas duas vítimas, de vista, e as outras afirmou que nunca as tinha visto no bairro ou nas quitinetes, além de não ‘ter a mínima ideia’ de quem teria envolvimento nos desaparecimentos. Ela reiterou ainda que não conhecia nenhum dos criminosos investigados e que teria se mudado do local um mês antes dos desaparecimentos das vítimas.
Ouvida no inquérito policial, a mãe da presa, proprietária das quitinetes, também seguiu a mesma ordem dos criminosos e alegou que não tinha conhecimento do que ocorrera com as vítimas. Ela ainda tentou alegar que a filha desconhecia os fatos ocorridos.
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