Com sinais de agressão e tortura, dois meninos de 8 e 10 anos foram levados pelo Conselho Tutelar após denúncia de suposta tortura feita por professores da escola onde estudam, no Distrito de Primaverinha, em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá. Segundo a conselheira Simone Teodoro, que atendeu a ocorrência nesta quinta-feira (12.09), a suspeita de agredir e torturar as crianças é a madrasta, que desapareceu após o caso ser descoberto. As crianças estão com hematomas, principalmente nas mãos e nas orelhas.
As vítimas foram encaminhadas para um abrigo, no município. O pai contou ao Conselho Tutelar que passa a semana toda fora de casa porque trabalha em uma fazenda da região. Com isso, há nove meses, as crianças ficavam sob a responsabilidade da madrasta. "Eles contaram que não podiam comer na escola que quando chegavam em casa ela batia neles com uma colher de pau. Há sinais aparentes de agressão, o que também chamou a atenção dos professores. As crianças estão muito assustadas, mas aos poucos acabaram contando um pouco sobre o que acontecia", disse a conselheira tutelar.
Conforme Simone, o pai chorou muito ao saber das agressões e disse desconhecer a situação. "Ele disse que quando chegava em casa e perguntava o que tinha acontecido, a mulher dizia que as crianças tinham se machucado porque tinham brigado ou caído. As agressões ocorriam por motivos fúteis, pelo que avaliamos", afirmou. A suspeita fugiu levando uma menina que é irmã das vítimas. Porém, as agressões ocorriam somente com os meninos.
As crianças passaram por exame de corpo de delito, que será juntado ao inquérito instaurado pela Polícia Civil. A madrasta poderá ser autuada por tortura dependendo do resultado do exame, segundo o delegado Valter de Melo, que apura o caso. "Para maus tratos, a pena é de dois anos e, se for constatada lesão grave, de quatro anos, daí não dá para pedir a prisão preventiva dela", disse.
No inquérito, devem ser ouvidos o pai, a madrasta e os professores das vítimas, além das próprias crianças. Também devem ser intimadas outras testemunhas do caso. Os meninos devem ser levados para o Maranhão, onde mora a avó paterna deles. A mãe teria supostamente os abandonado com o pai.
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