O 1º sargento da Polícia Militar, Eros Rogério Barros Araújo, foi exonerado do cargo comissionado na Casa Civil após registrar um boletim de ocorrência na última terça-feira (04.02) denunciando as condições precárias que os policiais militares que fazem a segurança da família do governador Mauro Mendes (União) estão passando em uma residência de serviço no Estado de São Paulo.
No boletim, Eros alegou que estava se sentindo constrangido e coagido em ter seu corpo íntimo exposto e seus direitos legais de privacidade feridos ao ser monitorado no local por câmeras de segurança, até mesmo durante a troca de roupa e o descanso.
Ele justificou ainda que a situação causou um transtorno psicológico incontrolável, pois teve sua privacidade invadida sem o devido consentimento. Eros ainda ressaltou que todos os policiais que estão na residência se sentem coagidos, porém, eles não têm coragem de denunciar, pois temem perder a função de agente de proteção de autoridade.
“Registro que naquela residência oficial de serviço as condições são deploráveis, onde os policiais militares dormem no chão amontoados uns nos outros sem nenhuma dignidade humana para os que ali frequentam”, diz trecho da ocorrência.
Ainda conforme o B.O, o sargento Eros alegou que a câmera foi instalada a mando do tenente-coronel Turbino, chefe do gabinete militar.
Chefe da Casa Militar também registrou BO
Após o registro de ocorrência, o tenente-coronel Turbino procurou a delegacia para negar as acusações feitas pelo 1º sargento Eros Rogério, afirmando que não existe nenhuma residência de segurança em São Paulo, e que o imóvel seria de um servidor que cede o espaço para os policiais militares.
Turbino ainda justificou, que os militares que prestam serviço em São Paulo recebem regularmente diárias para custear hospedagem e alimentação, sendo de responsabilidade individual de cada um a escolha do local de permanência.
“As alegações feitas por Eros Rogério sobre instalação ilegal de câmeras de monitoramento e condições precárias de alojamento não são verdadeiras. Eros registrou um boletim de ocorrência com informações falsas”, diz trecho do boletim.
Ainda na ocorrência, Turbino requereu a instauração de procedimento investigativo para apurar as práticas dos crimes de denúncia caluniosa e falsa comunicação de crime, além de adoção das providências cabíveis para resguardar a honra e a reputação do tenente-coronel.
Exoneração após denúncia
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), exonerou o 1º sargento da Polícia Militar, Eros Rogério Barros Araújo, do cargo comissionado que exercia na Casa Civil. A exoneração foi publicada nesta terça-feira (04.02).
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