Uma denúncia grave de agressão contra um aluno autista na Escola Estadual Professor Elmaz Gattas Monteiro, em Várzea Grande, tem levantado sérias questões sobre a segurança e o acolhimento em ambientes educacionais. O incidente, ocorrido no dia 29 de abril de 2024, envolveu um estudante de suporte III do espectro autista, que foi fisicamente agredido por um colega durante uma aula de física.
Conforme o Boletim de Ocorrência registrado, o aluno autista sofreu lesões no lado esquerdo do rosto e teve seus óculos quebrados durante o confronto, que não foi interrompido a tempo pelo professor presente. O agressor, também menor de idade, é citado no relatório policial como reincidente em casos de agressão na mesma instituição de ensino. A situação só foi controlada com a intervenção de uma técnica da direção.
A família do aluno agredido realizou um boletim de ocorrência e um exame de corpo delito, confirmando a lesão corporal. A irmã do estudante agredido, que prefere manter o anonimato, relatou à nossa equipe que, apesar da gravidade do incidente, a escola não tomou medidas adequadas em resposta ao ocorrido. Além disso, a irmã da vítima fez um requerimento administrativo para a escola solicitando providências, porém enfrentou resistência da gestora, que se negou a receber o documento e afirmou que as providências já haviam sido encaminhadas para a Secretaria de Educação do Estado (Seduc), sem apresentar comprovação.
Ela denunciou, ainda, que a escola tentou minimizar o caso sem tomar ações disciplinares efetivas contra o agressor, o que levanta questões sobre a gestão de conflitos e a proteção de alunos vulneráveis. A família do aluno agredido também acusa a escola de não comunicar o incidente ao Conselho Tutelar, como seria esperado em situações envolvendo agressões a menores.
A gestora ainda sugeriu à irmã que, se não confiava na segurança do irmão na escola, que o retirasse da instituição. Este comentário e a falta de ação da equipe psicossocial da escola e do conselho tutelar, que não foram notificados sobre o ocorrido, têm provocado indignação na comunidade local. A família do aluno agredido acusa a gestão escolar de tentar abafar o caso para evitar prejuízos à imagem da escola e garantir gratificações de fim de ano para gestores e professores.
“Nossa família quer acima de tudo que a escola seja punida pela omissão em resolver o assunto, porque eu entreguei um irmão bem a eles e nenhum momento esperei buscá-lo em uma situação difícil. Ao entregar meu irmão em uma escola, a escola passa a partir daquele momento a ter o dever de segurança, proteger seus alunos e sua integridade física, ainda mais sabendo das limitações de alguns, seja na sala de aula, dentro da unidade escolar ou em atividades externas”, desabafou a irmã do estudante.
Outro lado - A reportagem do entrou em contato com a assessoria da Seduc/MT, sendo informada que uma "equipe de psicossocial da pasta estava no local na sexta (10.05), para tratar sobre o assunto. A assessoria ficou de averiguar a situação com a equipe psicossocial, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.
A equipe do também entrou em contato com a Escola Estadual Professor Elmaz Gattas Monteiro, por meio do número de telefone disponível na internet, mas ninguém atentou as chamadas.
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