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Polícia Sábado, 30 de Novembro de 2013, 08:00 - A | A

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GAECO

Esquema de direcionamento de pacientes de VG para Cáceres, para aumentar lucros de médicos, foi denunciado por diretor do PS/VG em 2012

A reportagem do VG Notícias obteve acesso nesta terça-feira (26.11), aos documentos da denúncia que levou a descoberta do esquema de direcionamento irregular de pacientes da Capital e de Várzea Grande para o Hospital Regional de Cáceres (214 km de Cuiabá

por Lucione Nazareth/VG Notícias

A reportagem do VG Notícias obteve acesso nesta terça-feira (26.11), aos documentos da denúncia que levou a descoberta do esquema de direcionamento irregular de pacientes da Capital e de Várzea Grande para o Hospital Regional de Cáceres (214 km de Cuiabá), para a realização de cirurgias.

Conforme os documentos, a denúncia foi realizada em 02 de março de 2012, por meio de um paciente que estava internado no Pronto-Socorro de Várzea Grande.

Na data em questão, o paciente denunciou o médico Walter Tetila, ao então diretor do Pronto-Socorro, Geraldo Araújo. Ele relatou que o médico havia marcado sua cirurgia – no ombro - para o dia 01 de março, mas momento antes do procedimento, Tetila se dirigiu ao paciente e informou que a cirurgia teria que ser cancelada, devido à falta de anestesia. A cirurgia foi remarcada para o dia 02 de março, porém, ela também não foi feita no dia, devido ao mesmo problema, “falta de anestesia.”

Após informar novamente o cancelamento da cirurgia, Tetila foi até a ala onde o paciente se encontrava e propôs a ele fazer a cirurgia no Hospital Regional de Cáceres, onde ele (Walter) atendia nos finais de semana. Walter deixou ainda, com o paciente, um receituário do SUS contendo seu telefone pessoal e a expressão “domingo em jejum” e “Hospital Regional de Cáceres”. O médico teria feito ainda a mesma proposta – em fazer a cirurgia em Cáceres-, a outros pacientes da ala.

Pacientes que estavam junto com o paciente denunciante, disseram que Walter já havia realizado a cirurgia de oito pacientes do Pronto-Socorro de Cáceres.

Na época do fato, o paciente denunciante e o diretor do Pronto-Socorro, Geraldo Araujo, chegaram a procurar o diretor clínico do P.S – o que ficava responsável por elaborar a escala de plantão. O diretor clínico informou que tanto no dia 01 quanto no dia 02, havia médicos anestesistas na unidade de saúde. Porém, foi constatado que um dos médicos selecionado para atender no dia 02 estava de férias.

O diretor clínico disse que não sabia o motivo da ausência dos anestesistas no plantão do dia 01, bem como, não sabia até aquele momento, que um dos médicos escalados para trabalhar no dia 02, estava gozando férias.

Indignado com o fato, o paciente em conjunto com então diretor do P.S, Geraldo Araújo, denunciaram o caso ao promotor de justiça, Rodrigo de Araujo Braga Arruda, que abriu um processo para investigar as denúncias.  No decorrer das investigações, o Ministério Público Estadual (MPE), constatou que Walter Tetita teria atuado da mesma forma em Cuiabá.

Segundo o MPE, dados obtidos durante a investigação demonstram que entre novembro de 2011 a março de 2012, foram realizadas em Cáceres 479 cirurgias ortopédicas. O médico Walter Tetila teria realizado somente em um dia, seis cirurgias. Foi constatado, também, um aumento do número de pacientes com reclamações de lesões ocasionadas pela pressa na realização dos procedimentos cirúrgicos e liberação dos pacientes para abertura de mais vagas.

Conforme as investigações, o médico e ex-vereador de Várzea Grande, Domingos Sávio, também aliciava os pacientes no Pronto-Socorro municipal. As investigações apontaram que os médicos aliciavam os pacientes em Cuiabá e Várzea Grande para realizarem as cirurgias em Cáceres, porque os mesmos recebiam seus salários por produtividade, ou seja, por número de cirurgias efetuadas durante o mês.

Além de aumentar o salário, o esquema era utilizado para aumentar lucros para os responsáveis do Hospital Regional de Cáceres. Somente este ano, a Associação Congregação de Santa Catarina – responsável por administrar o hospital-, já recebeu da Secretaria de Estado de Saúde mais de R$ 37,5 milhões.

O MPE acionou na justiça por ato improbidade administrativa, os médicos Walter Tetila, Domingos Sávio. Também foram acionados os médicos Túlio Marcos Casado da Silva e Orlando Galetti Júnior, proprietários das empresas SCOT – Serviço Cacerense de Ortopedia e Traumatologia Ltda e MED Cáceres – Serviço de Cirurgia Geral Ltda; o administrador Idelvan Ferreira Macedo, representante legal da Associação Congregação de Santa Catarina; e o diretor geral do Hospital Regional de Cáceres, Antônio Fontes.

O Ministério Público requereu liminarmente, o afastamento do quadro funcional do hospital dois médicos que estariam à frente do esquema: Walter Tetilla e Domingos Sávio.

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