O delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, indiciou nesta semana um empresário de 42 anos pela morte de Cilce Pereira da Silva, 63 anos, ocorrida na noite de 16 de janeiro deste ano, no bairro Consil, na Capital. O empresário foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, praticado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O delegado também representou pela prisão do empresário, contudo, o pedido foi indeferido pelo Poder Judiciário.
Conforme a PJC, a vítima idosa, e em situação de rua, foi atingida com disparos na cabeça feito pelo empresário, próximo a um posto de combustível, na região da rodoviária. Cilce chegou a ser socorrido, já inconsciente, ao Hospital Municipal de Cuiabá, mas morreu logo depois em função da gravidade do ferimento, com perda de massa encefálica.
Em diligências para apurar informações sobre o crime, a equipe da DHPP coletou no local do crime um boné com uma perfuração de arma de fogo, além de marcas de sangue, inclusive com material encefálico. Durante a apuração, a Polícia Civil buscou pelo suspeito e recebeu a informação de que seria um empresário que teria uma cervejaria nas proximidades do terreno baldio em que a vítima foi executada.
No decorrer da investigação e com base em depoimentos coletados, a equipe coordenada pelo delegado Marcel Oliveira chegou à informação de que o autor do crime era de fato o empresário. “Diversas testemunhas foram ouvidas e todos os depoimentos são uníssonos no mesmo sentido, dando como certa a autoria criminosa contra o empresário”, afirmou o delegado.
A DHPP reuniu outros elementos informativos que corroboraram os depoimentos, como os laudos periciais e as diligências investigativas. Imagens de câmeras de um circuito interno de segurança foram coletadas no local, onde foi possível ver o momento em que o empresário fez os disparos em direção à vítima. O laudo de necropsia atestou que o disparo atingiu diretamente a caixa craniana.
O laudo de confronto balístico produzido pela Politec constatou que o projétil extraído da cabeça da vítima era compatível com a arma de fogo de propriedade do suspeito, que foi apreendida durante a investigação. “Fato este que demonstra de forma cabal e técnica que o disparo de arma de fogo que matou a vítima partiu da arma do empresário”, complementa o delegado responsável pelo inquérito.
O empresário se apresentou na DHPP no curso da investigação e se manteve em silêncio durante a oitiva.
Foi só pra assustar
Em um dos depoimentos coletados pela DHPP, uma testemunha relatou que Cilce era um dos vários moradores em situação de rua que frequentava a região. Na noite do crime, um morador de rua foi visto próximo ao posto de combustível, quando o empresário foi até essa pessoa e a enxotou do local. A pessoa foi embora seguindo na direção da rua atrás do posto, quando minutos depois o indiciado foi na mesma direção. A testemunha relatou que a pessoa enxotada do posto não era a vítima, mas um homem mais jovem.
O relato diz ainda que logo depois do empresário seguir na direção em que o morador de rua foi, ouviu-se um barulho que parecia ser disparo de arma de fogo, seguido de um segundo disparo e em seguida avistou o empresário voltando na direção do posto, guardando uma arma na cintura e dizendo que "foi só para assustar!".
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