O delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), em coletiva à imprensa na tarde de hoje (19.08), revelou alguns pontos da operação “Capciosa”. Ana Cláudia, suspeita de ser mandante do crime que tirou a vida do então marido, Toni da Silva Flor, 38 anos, no ano passado, teve sua prisão preventiva decretada na manhã de hoje.
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Além dela, outras duas pessoas apontadas como executor e dono da arma, foram presas e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação. No último dia 11 de agosto, a equipe da DHPP cumpriu um mandado de prisão expedido pela 12ª Vara Criminal de Cuiabá contra o suspeito de ter efetuado os cinco tiros contra Toni, no momento em que a vítima deixava a academia onde costumava malhar, no bairro Santa Marta, em Cuiabá.
O suspeito da execução, que tem diversas passagens criminais, após a prisão confessou o crime e acabou dando os detalhes de como tudo aconteceu. Com os relatos, os investigadores chegaram ao nome da empresária que já era apontada como mandante desde os inícios das investigações.
De acordo com o suspeito, a esposa da vítima contratou o atirador por meio de redes sociais. Ela combinou com o suspeito confesso o valor de R$ 60 mil, no entanto, combinou de pagar o valor de R$ 20 mil à vista para a execução e posteriormente arcaria com o resto.
Segundo o delegado, os R$ 40 mil restantes nunca foram pagos. Após acordados, o suspeito procurou um colega de crime ‘tornozelado’, o qual já teria até sido presos juntos pelo crime de tráfico de drogas e pegou emprestado sua arma que foi usada no assassinato.
No dia da execução, ele chegou de moto, e sem falar uma palavra abriu fogo. Cinco disparos atingiu a vítima que foi socorrida com vida. No Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ainda consciente, Toni teria dito ao socorrista que achava que teria sido confundido por um Polícia Federal Rodoviário (PRF) que praticava musculação na mesma academia que ele.
Segundo o delegado, a vítima não entendeu porque teria sido alvo dos disparos por um desconhecido. Após a execução do crime, o suspeito que confessou ter matado Toni, entregou a arma para o comparsa.
Ainda segundo os depoimentos dos envolvidos, a pistola utilizada no assassinato do empresário foi dispensada nas águas do lago do Manso.
‘Capciosa’ - O delegado Marcel Oliveira contou que a operação levou o nome ‘Capciosa’ – pessoa que tem a intenção maliciosa de confundir e enganar alguém - devido ao fato da empresária se mostrar durante toda a investigação uma pessoa que ele categorizou como “extremamente ardilosa”.
Ainda segundo o delegado, a mulher frequentava periodicamente as dependências da Dhpp para saber os desdobramentos das investigações e insistia em saber se os investigadores já teriam pistas de suspeitos. As visitas frequentes da esposa, só foram dando corpo as investigações que colocaram a empresária como mandante do crime.
Heranças e Amantes - Toni da Silva Flor, era proprietário de uma empresa de representação comercial que era responsável pelo abastecimento de diversos mercados da capital e cidades da região. Segundo o delegado, Toni tinha um salário em torno de R$ 25 mil.
Os investigadores acreditam que a herança da vítima foi uma das razões que podem ter levado a empresária encomendar a morte do marido. Além disso, outros elementos das investigações mostraram que a mulher vivia vários relacionamentos extraconjugais.
Antes do crime, a vítima teria descoberto algumas traições da mulher em um aplicativo de mensagens. Desta forma, medo de perder direito à herança pode ter sido o principal motivo do crime.
Segundo o delegado, a mulher negou todas as acusações, no entanto, sua prisão temporária foi decretada e muito possivelmente, nas próximas semanas, será convertida em preventiva.
Uma terceira pessoa ainda é investigada como intermediação entre ela e os suspeitos presos nesta tarde. Conforme o delegado, a suspeita é que um dos amantes da empresária tenha feito a ponte entre ela os dois presos na operação.
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