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Polícia Sábado, 21 de Setembro de 2024, 18:13 - A | A

Sábado, 21 de Setembro de 2024, 18h:13 - A | A

GOTA D"ÁGUA

Empresa LOGPRO, responsável pelo sistema de cobrança do DAE/VG, dificultou investigações, aponta DECCOR

A empresa LOGPRO, responsável pelo sistema de cobrança do órgão, teria oferecido resistência em fornecer informações

Edina Araújo/VGN

A Delegacia Especializada em Crimes de Corrupção (DECCOR) revelou que, durante as investigações no Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE/VG), no âmbito da Operação Gota D'Água, a empresa LOGPRO, responsável pelo sistema de cobrança do órgão, teria oferecido resistência em fornecer informações que subsidiariam a investigação, dificultando a identificação de quem operava o login "ADMINISTRADOR – LOGPRO".  "Somente com o avanço das investigações policiais foi possível esclarecer o controle de acesso, com base em relatos de testemunhas", diz trecho do inquérito.

As investigações, que começaram em 2019 após denúncia anônima, culminaram com a operação Gota D’ Água deflagrada na sexta-feira (20.09), resultando na prisão de servidores e de um vereador do município.

Um relatório da Unidade de Controle Interno (UCI) do DAE/VG, datado de 2021, já havia apontado irregularidades semelhantes às denúncias anônimas recebidas pela DECCOR. O documento mencionava falhas significativas na base de dados de consumidores no Sistema GSAN, além de inconsistências no processo de transferência de dívidas de água e esgoto, o que comprometia a correta identificação dos clientes.

Entre os casos detectados, destacam-se a transferência irregular de débitos para cadastros genéricos, nos quais os usuários estavam listados apenas como “Consumidor”, sem vínculo com CPF ou CNPJ. Ao analisar o Relatório de Transferência de Débitos, abrangendo os anos de 2019 a 2021, a UCI identificou ao menos 300 casos de irregularidades, sendo que 169 dívidas foram transferidas para matrículas sem qualquer CPF atrelado, e outras duas foram associadas a um CNPJ de uma empresa de São Paulo, cadastrada como “Consumidor Genérico”.

No decorrer da investigação, Paulo Ricardo Ribeiro da Silva, funcionário terceirizado da LOGPRO que atuava na Diretoria Comercial do DAE, foi apontado como peça-chave na perpetração das fraudes. Ele teria facilitado a inserção de informações falsas no sistema e criado condições para ocultar rastros digitais, conforme evidências obtidas pela investigação. Dada a gravidade das acusações, a Justiça determinou sua suspensão do exercício de funções no órgão, com base no artigo 319 do Código de Processo Penal, impedindo ainda que a LOGPRO o alocasse em qualquer função dentro da estrutura do DAE/VG.

Em depoimento à DECCOR, o presidente do DAE, Carlos Alberto Simões de Arruda, revelou que evitava solicitar informações diretamente a Paulo Ricardo, devido à suspeita de seu envolvimento nas irregularidades referentes às transferências de matrículas e criação de cadastros. Segundo o presidente, sempre que necessário, a Presidência solicitava dados diretamente à Central da LOGPRO, localizada em Santa Catarina.

Apesar de ser funcionário terceirizado da LOGPRO, Paulo Ricardo atuava diretamente na sede do DAE/VG, em uma sala na Diretoria Comercial, prestando suporte técnico no uso do Sistema GSAN aos servidores do setor. Conforme o inquérito da DECCOR, o esquema já revelou um grande número de inconsistências que comprometem a confiança no sistema de cobrança do DAE.

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