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Polícia Sábado, 01 de Abril de 2023, 08:52 - A | A

Sábado, 01 de Abril de 2023, 08h:52 - A | A

educação igualitária

Delegada de VG chama atenção dos pais: “Temos que mudar a educação dos nossos filhos”

Segundo a delegada Mariell Antonini Dias, os pais ainda educam as crianças com desigualdade de gênero mantendo a cultura machista de divisão de papéis

Adriana Assunção & Kleyton Agostinho/VGN

A delegada Mariell Antonini Dias, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande, chamou atenção para o papel das famílias no combate à violência doméstica. Para a delegada, mudar o quadro de violência ainda depende dos pais proporcionar aos filhos uma educação igualitária.

Segundo a delegada, os pais ainda educam as crianças com desigualdade de gênero mantendo a cultura machista de divisão de papéis.

“Então, pais, temos o dever social e moral de mudar a educação dos nossos filhos, tornando uma educação igualitária, sem desigualdade de gênero, porque assim, nos próximos anos, realmente teremos uma mudança efetiva, em que nossas filhas, na primeira violência, ela mostrará o limite. Ela não aceita e exige respeito! O homem da mesma forma, ele vai pensar duas vezes antes de desrespeitar os direitos de uma mulher, porque essa relação será pautada na igualdade”, declarou a delegada.

Segundo Mariell, o sistema de Justiça tem evoluído e buscado cada vez mais mecanismos para monitoramento e aperfeiçoamento no combate à violência contra as mulheres. Mas, o sistema de Justiça também depende da mudança de conduta das famílias na educação dos filhos.

“Temos que dar as mãos, seja as instituições públicas, instituições privadas e as famílias, começando pela Educação das crianças”, alertou a delegada.

Mariell explica que a divisão de papéis na educação dos filhos é manifesta até pelos presentes dados as crianças. Por exemplo, a maioria dos pais dá para as meninas brinquedos que não incentivam o aperfeiçoamento profissional, que ajudaria as meninas a ocuparem espaço de poder e, consequentemente, independência para se impor diante da primeira manifestação de violência.

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“Os pais geralmente dão presentes determinados, para menina se dá boneca, penteadeira, fogãozinho, panelinha, boneca para ela aprender a cuidar de casa, aprender embalar, ninar filho, a cuidar dos filhos. E para o menino como que nós fazemos? Ao menino ensinamos a ocupar espaço de poder, a se aperfeiçoar profissionalmente no dia a dia, por exemplo, aos meninos os pais dão bola, avião, aparelho celular. Não ensinamos menino, cuidar de casa, não ensinamos os meninos a cuidar das tarefas domésticas, dos filhos, e o que isso acarreta? Implicitamente, veladamente acarreta uma desigualdade de gênero”, alertou a delegada.

Segundo a delegado, o resultado da educação dada as crianças afetam diretamente a vida adulta e em muitos casos colocam a mulher na posição de inferioridade diante do companheiro ou do colega de trabalho, com remunerações desiguais.

“Quando essa mulher e esse homem se tornam adultos, a mulher tende a ocupar um espaço mais macho na qualificação profissional. Ela é economicamente menos favorecida que o homem, isso quando ela não fica só em casa, e, o homem ocupa espaço de poder, trabalha fora e é bem remunerado. Isso gera uma supremacia na relação de homem e mulher, em que o homem é visto numa melhor posição e a mulher numa posição de inferioridade”, destacou Mariell.

A delegada alerta pela necessidade em proporcionar uma educação mais igualitária e explica que as mulheres têm mais dificuldades de romper uma relação abusiva, em razão da efetividade, por amar o companheiro, e muitas vezes por dependência econômica. “Então, eu chamo atenção neste sentido, voltemos os nossos olhos também para a educação de nossos filhos, para que em breve cada um assume seu papel social para termos uma resposta efetiva nesse quadro de violência que hoje nos assusta.”

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