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Polícia Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024, 11:03 - A | A

Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024, 11h:03 - A | A

operação Gomorra

Casa da prefeita de Barão de Melgaço é alvo de busca e apreensão; três são presos

Um total de seis pessoas foram presas, entre servidores e empresários

Gislaine Morais/VGN

O Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO), ligado ao Ministério Público Estadual (MPE), deflagrou nesta quinta-feira (07.11) operação "Gomorra" para apurar fraudes em licitações e desvio de recursos públicos na Prefeitura de Barão de Melgaço. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da Prefeitura e na residência da prefeita Margareth Gonçalves da Silva (União Brasil), segundo informações exclusivas obtidas pela reportagem do .

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), na operação, um total de seis pessoas foram presas, entre servidores e empresários, contudo, as identidades não foram divulgadas. Além disso, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.

O desembargador Hélio Nishiyama deferiu o pedido de prisão temporária dos investigados Eleide Maria Correa, 60, seu filho Waldemar Gil Correa Barros, 26, e Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, 35 anos. Os presos foram encaminhados para Gerência de Custódia e Escolta de Cuiabá. O ex-delator alvo da Sodoma, Edezio Correia, também está entre os alvos.

Desvio de recursos públicos

De acordo com o órgão, os empresários prestavam serviço de locação de veículos para o município e pertenciam ao mesmo grupo familiar.

Grupo firmou 100 contratos 

Diligências preliminares para apurar suposta adulteração de notas, utilização de “cartão coringa” como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço, no município de Barão de Melgaço, indicam a existência de uma organização criminosa constituída para saquear os cofres públicos em várias prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso.

Segundo o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), grupo operacional permanente formado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Polícia Judiciária Civil, as investigações realizadas até o momento demonstram que proprietários de quatro empresas, todas com a participação de um mesmo núcleo familiar, já firmaram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais.

Conforme o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais. Foi verificado, durante a investigação, que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.

Alvo foi denunciado na Operação Sodoma

A investigação revelou ainda que o sócio oculto das empresas investigadas, Edézio Correa, já havia sido denunciado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.

A análise dos contratos, segundo o Naco, também demonstrou diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes. Em um dos casos, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.

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