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Polícia Quinta-feira, 13 de Junho de 2013, 09:59 - A | A

Quinta-feira, 13 de Junho de 2013, 09h:59 - A | A

Conclusão do Inquérito

Assassino de juíza é indiciado por homicídio duplamente qualificado e motivo torpe

Redação VGN com PJC/MT

A Polícia Judiciária Civil concluiu as investigações do assassinato da juíza Glauciane Chaves de Melo, 42 anos, ocorrido em 7 de maio deste ano, dentro do Fórum da Comarca de Alto Taquari (479 km ao Norte). O inquérito policial foi encaminhado ao Fórum da comarca no final da tarde de quarta-feira (12.06).

O ex-marido da juíza, Evanderly de Oliveira Lima, 43, natural da cidade de Contagem, Minas Gerais, foi preso na segunda-feira (10.06), durante operação que mobilizou policiais civis e militares da cidade e região. Ele foi localizado em uma região de mata, na zona rural da cidade de Alto Taquari.

O autor dos dois disparos que atingiram a magistrada na região da nuca foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe, com recursos que dificulte ou torne impossível à defesa da vítima.

O delegado responsável pelo caso, João Ferreira Borges Filho, acredita que o ex-marido premeditou a morte da magistrada, pois, mesmo negando, a investigação confirmou que arma usada no crime, um revólver calibre 38, foi adquirida depois da separação do casal. “No meu entendimento houve premeditação. Isso é um agravante no processo”, frisa o delegado.

No inquérito, o delegado ouviu 10 pessoas, entre funcionários do Fórum, policiais que efetuaram a prisão, amigos próximos à juíza e uma pessoa que teria sido procurada pelo suspeito para comprar a arma.

Evanderly de Oliveira Lima foi interrogado logo após ser preso e se reservou no direito de permanecer calado e somente falar em juízo. Mas durante a reconstituição de local de crime, feita a pedido do Ministério Público, o suspeito acabou revelando alguns detalhes do crime ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani, responsável pelo trabalho acompanhado da perícia técnica.

O preso contou que nos três dias que esteve foragido, se escondeu na mata, utilizando-se de roupa camuflada, e capim seco para se encobrir durante o dia e andando à noite para não ser localizado pelos policiais que faziam o cerco.

Durante a reconstituição, o suspeito disse informalmente ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani, que na manhã de sexta-feira (07.06)  foi até o Fórum para conversar com a magistrada, pois não concordava com a separação e que desejava retomar o casamento.

Conforme o delegado, mesmo não confessando formalmente durante interrogatório, o preso acabou relatando na reconstituição de local de crime, que já estava saindo do gabinete quando a juíza veio atrás e aí sacou a arma e efetuou dois disparos que atingiram a nuca da magistrada. “A partir daí ele diz não se lembrar de mais nada”, disse Sottani. “A que tudo indica ele sacou a arma e a juíza foi se esconder atrás da mesa”, completou o delegado, que informou ainda que o corpo da magistrada foi encontrado próximo a mesa de trabalho. “Mas isso será melhor explicado ela perícia”, complementou.

Ao delegado, o preso relatou que pensou em se entregar, mas teve medo de morrer por conta do cerco policial. Ele disse também que está arrependido e não se lembra de muitos detalhes do crime. Conforme Sottani, o acusado foi autuado em flagrante por homícidio qualificado, motivo torpe, sem direito de defesa da vítima. "A perseguição seguiu do momento do fato até agora", esclareceu Arnaldo Sottani.

Ao sair do Fórum, o preso falou que jogou a arma no canteiro, local onde o revólver calibre 38 foi encontrado pela polícia.

De acordo com o delegado, Evanderli de Oliveira Lima foi Bombeiro Militar em Minas Gerais, tem curso de socorrista e treinamento de sobrevivência na mata, por isso tinha condições de permanecer escondido por todos esses dias.

Evanderly de Oliveira Lima está recolhido no anexo II, da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

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