Imagens completas do interior da residência da promotora de Justiça do município de Sorriso (a 396 km de Cuiabá), F.P.V., 48 anos, que acusou o ex-marido, identificado como C., 40 anos, de agressões, no dia 30 de agosto, foram divulgadas na rede social do advogado Rodrigo Pouso, e contradizem a versão da servidora do Ministério Público (MP/MT).
Nessa terça (05), conforme a Polícia Civil, na noite do dia 30 de agosto, os delegados de Sorriso estavam em um evento beneficente na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), quando foram acionados por uma promotora de Justiça, que solicitou, com urgência, uma equipe policial até sua residência, onde estava em andamento uma situação envolvendo violência doméstica. Leia matéria relacionada - Promotora é agredida por ex-marido; suspeito reclama na polícia sobre ação de delegado
Conforme as imagens na garagem da residência, os dois parecem discutir no local e quando o suposto suspeito tenta deixar a casa e é impedido pela promotora. Já dentro da casa, o homem tenta mexer no celular e a ex-mulher não deixa e começa a persegui-lo.
As cenas são presenciadas por uma criança [filho da promotora] e uma mulher [mãe da promotora]. Em seguida, todos seguem para sala da residência, e quando o ex-marido volta para a cozinha, é seguido pela promotora que está com taco de beisebol. Ela, com o taco em uma das mãos, tenta pegar o celular do ex-marido com a outra mão.
Ainda, tentando pegar o celular, a promotora segue o homem pela sala. Eles seguem novamente para a garagem, e a mulher não desiste de tentar pegar o celular. Após quase três minutos de atrito, o delegado Bruno França chega na residência armado, apontando a arma para o marido da promotora e o encurrala.
Ao , o advogado Rodrigo Pouso, que representa o ex-marido da promotora, afirmou que além das ameaças que seu cliente sofreu da ex-mulher, ainda teve a arma do delegado apontada para sua cabeça e foi agredido por ele com um chute nas costas. Segundo Pouso, Bruno França teria dito que iria estourar os miolos de seu cliente e que ele não deveria ter mexido com uma promotora.
O homem somente saiu da mira do revólver de Bruno, após a ex-sogra empurrá-lo. Rodrigo declarou que o delegado agiu com excesso, pois seu cliente foi a vítima e não agressor. "Foi uma ação pitoresca dele [Bruno França], novamente. Desproporcional, agindo de abuso de autoridade e descontrole. Ele não tem controle emocional para isso", ponderou o advogado.
Ainda, conforme Pouso, causa estranheza a promotora ter ligado para a delegada da cidade, sendo que o correto teria que ter acionado o número 190, mas ela ligou direto para a delegada, que acionou o delegado Bruno. "A sorte do meu cliente que as imagens ficaram gravadas em nuvens e ele pode recuperá-las, caso contrário não sabe o que teria ocorrido".
Segundo Rodrigo Pouso, seu cliente contou que a promotora chegou a ligar para Bruno, que não precisava mais ir em sua casa, mesmo assim o delegado apareceu.
O ex-marido da promotora foi à Corregedoria da Polícia Civil, no dia seguinte (31) do desentendimento, apresentou todas as imagens e registrou queixa contra o delegado Bruno pelo excesso de violência.
Não é a primeira vez que o delegado Bruno é acusado de agressão e excesso em ações policiais. Em novembro de 2022, ele foi acusado de arrombar a porta da casa da empresária, em um condomínio de luxo de Cuiabá, mandar todos deitarem no chão e, em determinado momento, ameaça explodir a cabeça da mulher. A menina grita e pede que parem com abordagem.
A Corregedoria Geral da Polícia Civil de Mato Grosso chegou afastá-lo preventivamente o delegado Bruno França Ferreira, devido à conduta dele, porém, ele voltou as atividades.
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