Por Fidel Castro Ruz
Graças a um longo artigo do New York Times, de Jo Becker e Scott Shane, 'Secret 'Kill List' Proves a Test of Obama's Principles and Will,' (Lista secreta de assassinatos, prova dos principios e da vontade de Obama), sabemos agora que o presidente passou uma quantidade surpreendente de tempo supervisionando a "indicação" de presumíveis terroristas para assassiná-los mediante o programa de drones [aviões sem tripulação guiados por controle remoto] que herdou do presidente George W. Bush e que expandiu exponencialmente.
A linguagem do artigo sobre nosso presidente guerreiro se concentra nos dilemas de um homem que, como sabemos agora, aprovou e supervisionou o crescimento de um programa de assassinatos notavelmente poderoso no Iêmen, Somália e Paquistão baseado em uma "lista de assassinatos". Ademais o fez regularmente, um alvo após outro, nome a nome. Segundo Becker e Shane, o presidente Obama também esteve envolvido no uso de um método fraudulento de contagem de assassinatos por meio dos drones, que minimiza as mortes de civis.
Falando historicamente, tudo isso é bastante estranho. O Times qualifica o papel de Obama na maquinaria de assassinatos por meio de drones como 'sem precedentes na história presidencial'. E de fato é assim.
'O mais estranho dos rituais burocráticos: Mais ou menos a cada semana, se reúnem mais de 100 membros do crescente aparato de segurança nacional do governo, em uma vídeo-conferência segura, para estudar as biografias de presumíveis terroristas e recomendar ao presidente quais devem ser os próximos eliminados. Esse processo secreto de 'indicações' é um invento do governo de Obama, um nefasto círculo de discussão que estuda as imagens em PowerPoint com os nomes, codinomes e biografias de presumíveis membros da filial da Al Qaida no Iêmen ou seus aliados na milícia Shabab na Somália. As indicações vão para a Casa Branca, onde por sua própria insistência e guiado pelo 'czar' do contraterrorismo John O. Brennan, Obama deve aprovar cada nome'.
Como nos informou na semana passada o Times, não só temos um assassino em chefe no Salão Oval, mas um ciberguerreiro.
Isto que escrevo é uma breve síntese sobre a atualidade dos EUA.
No dia anterior, igualmente sinistro, 6 de junho de 2012, a BBC Mundo, sob o título "Desinfla-se a economia da China?", afirma:
"Vários indicadores começam a apontar para uma queda econômica no país asiático, com uma forte diminuição da demanda de eletricidade e da produção industrial, assim como no rendimento das fábricas e das vendas a varejo.
A China sofre desde há meses por causa do vento frio que provém da Europa, que é seu maior mercado de exportação, inclusive maior do que o dos Estados Unidos.
O setor manufatureiro do país se contrai desde há sete meses devido sobretudo à débil demanda de exportações, segundo um recente estudo. O dinheiro deixou de chegar à China mais ou menos desde setembro, e em abril de fato começou a abandonar o país. Isto é altamente inusual. Para evitar que o yuan se fortaleça demasiado, a China impede que os especuladores comprem a moeda.
Desde meados de 2010, o governo chinês tinha permitido de forma diligente que o yuan se fortalecesse em relação ao dólar, mas no último mês, conforme a economia entrou em crise, começou a depreciar de novo o valor do yuan.
Os envios de cobre que se acumulam nos depósitos da China se tornaram tão grandes que quase não há espaço para guardar o excedente.Isto poderia não ser mais do que um problema passageiro de curto prazo. Mas o temor é que isso possa ser o princípio do fim do boom imobiliário durante o qual foram construídos muito mais apartamentos do que o país verdadeiramente necessita.
Há cidades construídas completamente fantasmas.
Parece que muitos destes apartamentos vazios estavam sendo comprados por empresas e famílias chinesas como um investimento mais atraente do que depositar dinheiro em uma conta bancária com baixa remuneração.
A taxa de crescimento da China apenas diminuiu, ficando abaixo da cifra mágica de 10% em um momento em que o Ocidente caía em sua recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial.
Por exemplo, o gigante asiático construiu do nada a maior rede de ferrovias de alta velocidade do mundo, cinco vezes maior do que a rede francesa de alta velocidade.
A China está em meio de una transição delicada, con uma nova geração de líderes que se aproxima do poder, algo que só ocorre a cada 10 anos.
Há uma luta política em ebulição, posta em evidência pela destituição do chamativo governador de Chongqing, Bo Xilai.
Muitos dos membros do partido se beneficiaram do boom imobiliário e do crédito dos últimos três anos. Se este auge chega a seu fim, não quererão fazer parte dos perdedores inevitáveis.
Como se desenvolverá essa batalha, especialmente no caso em que a China se defronte com protestos multitudinários de trabalhadores desempregados nas ruas, é uma incógnita para todos".
Estou longe de compartilhar esta sinistra infusão ianque sobre o destino da China, e me pergunto se acaso é possível ignorar que a China possui as maiores reservas de terras raras no mundo e enormes volumes de gás de xisto, que lhe permitiriam exercer seu poder sobre a produção energética mundial quando cesse o poder de mentir e avassalar. Isto já é demais