“Você acha que um sujeito safo como o presidente Lula não sabia? O presidente se disse traído. Foi traído por quem? Pelo José Dirceu? Pela mídia? O presidente Lula sempre se mostrou muito mais um chefe de governo do que chefe de Estado.”
As afirmações acima são do ministro Marco Aurélio Mello, a dois jornalistas do Estado de S. Paulo que o entrevistaram no último domingo. As frases não antecipam seu voto, mas sinalizam um viés interessante e que, talvez, abra espaço para a grande surpresa nesta segunda semana de julgamento da Ação Penal 470, popularmente conhecida como mensalão: a inclusão do ex-presidente Lula.
Advogado do ex-deputado e delator Roberto Jefferson, o criminalista Luiz Francisco Corrêa Barbosa já avisou que pretende apresentar questão de ordem, solicitando a inclusão do ex-presidente no processo. Esse tema já foi discutido no passado, e negado pela corte, mas poderá ser debatido novamente. O precedente ocorreu quando o STF se dispôs a avaliar a tese apresentada pelo ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, propondo o desmembramento da ação – o que também já havia sido avaliado no passado.
Se o debate vier a ocorrer, a posição de Marco Aurélio já é conhecida: Lula, segundo ele, sabia. E existe até uma armadilha nas peças de defesa apresentadas pelos réus. O PT nega o mensalão, mas confirma acertos políticos para pagamentos de dívidas de campanha não contabilizadas.
O primeiro acordo, que deu origem a tudo isso, ocorreu entre o PT e o antigo PL, hoje PR. Para viabilizar a aliança entre Lula e José Alencar, era necessário garantir recursos para deputados do PL, que, no passado, combatiam o PT. O “casamento” partidário da campanha de 2002 se deu numa reunião no apartamento do ex-deputado Paulo Rocha e do sindicalista Jair Meneguelli, no fim da Asa Sul, em Brasília, com a presença de Lula e Alencar.
Na hora em que se tratou de dinheiro, a versão oficial dá conta de que os dois se deslocaram para uma sala ao lado, mas o fato é que estavam no apartamento. Ali se tratou de um acordo de R$ 6 milhões para o PR. E estava implícito que eram recursos não declarados.
A narrativa deste episódio está na defesa apresentada pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e também num livro biográfico sobre José Alencar, escrito pela jornalista Eliane Cantanhêde. Ou seja: a tese do caixa dois eleitoral, aparentemente verdadeira, nasceu num encontro em que Lula e Alencar estiveram presentes. Além disso, Delúbio, de origem sindical e ex-tesoureiro da CUT, sempre foi mais próximo ao ex-presidente do que a José Dirceu.
Incluir Lula no processo teria o peso de uma bomba atômica. Mas, talvez, inviabilize o julgamento. A ver.
PICAPAUAMARELO 11/08/2012
SERA QUE NOS SABEMOS PELO MENOS O QUE ACONTESSE NO NOSSO KAKADO
PICAPAUAMARELO 08/08/2012
LULA É O SOLDADO DA PATRIA QUE ESTA TRANSFORMANDO ESTE PAIS EM UMA GRANDE NAÇAO
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