Com a desistência de Marta Suplicy e Aloizio Mercadante, as “bolas da vez” para disputar o governo de São Paulo pelo PT, excluindo-se Luiz Marinho, atual prefeito de São Bernardo do Campo, seriam Alexandre Padilha e Guido Mantega. Seriam. Essa é a minha tese.

Esses são, sem dúvida, dois dos principais quadros do petismo. Mas ambos carregam severa carga negativa que inviabilizaria suas candidaturas. Como veremos a seguir.

Padilha é ministro da Saúde do governo Dilma. Saúde é desde sempre uma área “delicada” no Brasil – utilizo-me aqui do termo “delicada” para ser generoso e delicado com nossos governantes. A Saúde no Brasil ainda é um caos e um dos calcanhares de Aquiles do governo Dilma, apesar dos grandes esforços e investimentos para se implementar melhorias.

O problema maior é que a Saúde também vai muito mal sob a gestão dos governos estaduais e municipais por todo o Brasil. O quadro, como se sabe, é calamitoso, dantesco: hospitais sucateados (faltam equipamentos, remédios e insumos básicos); filas quilométricas para atendimento; faltam hospitais, médicos, enfermeiros e atendentes. Enfim, caso de crime de responsabilidade dos gestores, mas nenhum governante, seja governador ou prefeito, seja de que partido for, sofre impedimento e é defenestrado do cargo que ocupa ou é devidamente enquadrado pela imprensa e pelo MP.

[E ainda tem gente que se vangloria e celebra o fim da CPMF. É o que chamo de “arrogância da ignorância”.]

Mas a fatura é debitada sempre na conta do governo federal. Péssimo para o ministro da Saúde – caso este tenha maiores pretensões políticas. Alguém pode me lembrar de José Serra, que também foi ministro da Saúde e se elegeu governador de SP. Mas o caso Serra é diferente. Serra é político com imenso recall, que conta ainda com a “simpatia, quase amor” e apoio massivo da grande mídia.  Padilha, você já percebeu, além de “novato” é... petista. E já se sabe como a mídia grande trata os petistas – e em contrapartida, como os petistas adoram bajular essa mesma mídia.

Mantega, coitado, é hoje, na economia, desafortunadamente, uma espécie de médico intensivista azarado: é capaz, competente, excepcional profissional, faz tudo certo, toma todas as medidas necessárias para reanimar o paciente, mas este não reage de jeito nenhum. Pobre Mantega... Tem a minha solidariedade, apoio e compaixão. Se a economia estivesse “bombando”, Mantega já poderia se considerar eleito governador de SP em 2014. Mas a economia, de modo inexplicável, não responde aos inúmeros e corretos estímulos, só patina.

Portanto, concluo, o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2014 será Luiz Inácio Lula da Silva, como eu já disse aqui – e os petistas negam. Negam, claro! Porque lhes é estratégico negar.

Será candidato sim, apesar de lhe ter sido colocado, recente e novamente, uma faca no pescoço. Sim, pois você até pode não ter se dado conta, mas essa sazonal e reiterada ameaça, vinda da banda podre do Judiciário e do MP de processar e “prender o Lula” é apenas um recado velado. Eles estão dizendo nas entrelinhas: “não concorra mais a nada senão a gente processa e manda prender você, como fizemos com seus companheiros”. E a mídia sussurra entre dentes: “se colocar a cabeça para fora da janela, a gente lhe detona”. Só não captou ainda a mensagem quem não quis; quem se faz de surdo ou desentendido.

Mas Lula, como sabemos, digo mais uma vez, é “o cara”. E a minha mensagem é, para variar, em sentido contrário aos golpistas da grande imprensa e do Judiciário.

Candidate-se, Lula! Primeiro, ao governo de São Paulo em 2014, para “dar um jeito” nesse estado que foi praticamente destruído por 20 anos de (des)governos tucanos – da mesma maneira como você ajudou a mudar a cara de um Brasil desolado, devastado na ocasião. Venha para nos ajudar a transformar São Paulo de novo naquilo que foi outrora: um grande e pujante estado.

Depois, mais pra frente, se saúde ainda tiver, você sabe, o Brasil inteiro sente saudades do seu grande líder.

Lula, São Paulo e o Brasil precisam de você. E você certamente não nos faltará.