Terminaram as eleições de 2012. O futuro prefeito de Cuiabá já foi eleito. Eleito com uma diferença pequena, embora maior comparada ao resultado do primeiro turno. Tal registro, entretanto, foi superado pelo número de abstenções.
Este, inclusive, superou ao que se viu no dia 7 de outubro, o qual – tanto quanto aquele - se fez maior do que a expectativa. Ainda que se saiba das razões do não comparecimento nas sessões de uma porção de eleitores.
Razões que se resumem ao descontentamento de parte do eleitorado. Descontentamento que marcou a ausência de 74.708 eleitores. Quantidade significativa.
Sobretudo, quando se leva em consideração a importância da disputa pela prefeitura Cuiabá - principal vitrine político-eleitoral do Estado. Somada a carência da cidade por mudanças substanciais e necessárias a sua reorganização e reedisciplinamento.
Tarefas que, no entender dos eleitores que adotaram a abstenção, não seriam efetuadas pelo socialista, nem pelo petista. Igualmente pensaram os que preferiram anular o voto (2,63%) e digitaram a tecla branca (1,22%).
Constatação, porém, ignorada pelos partidos, coligações e políticos – candidatos ou não. Daí a falta de iniciativas partidárias que pudessem conquistar a simpatia do eleitor insatisfeito, bem como propostas e projetos necessários, cujas realizações são imprescindíveis, em especial a preparação da cidade para os jogos da Copa de 2014, e, não apenas para estes jogos, mas, sobretudo, para o cotidiano da população.
Cotidiano que precisa ser observado pelo político que, a partir de 2013, deve assumir o papel de prefeito. Especialmente porque esta condição lhe foi conferida por 169.688 dos votos válidos (54,65%), contra os 140.798 (45,35%) atribuídos ao petista.
Resultado que, por outro lado, faz do empresário-socialista influir sobremaneira nas eleições de 2014. Até mesmo pela relevância da cidade que, nas últimas décadas, perdeu sua própria identidade econômica. Identidade que, sequer, infelizmente, não foi discutida durante a campanha.
Não discutida porque candidatura alguma se preparou a respeito, ou, pior, parte da população preferia os chutes na canela, os factóides, e não exigiu dos postulantes que tivessem um plano voltado à reorganização da Capital. Por conta disso, as calçadas continuarão sendo extensão de bares, restaurantes e hotéis.
Menos, evidentemente, para cumprir a sua real função, isto é, para a utilização do pedestre. O que dificulta, evidentemente, o ir e vir. Bem mais quando se percebe a ausência de itinerários dos ônibus, além da falta de mapas.
Campanha eleitoral que se resumiu em espetáculo, com os candidatos atentos aos scripts que lhes foram determinados. Daí as promessas mirabolantes. Tanto que, de acordo com certo e-mail, encaminhado a esta coluna, lembrava que para cumpri-las “o socialista ou o petista deveria permanecer no posto de prefeito até 2070”.
Tempo bastante para que o munícipe não venha a se lembrar de coisa alguma. Muitos moradores, que até acompanharam o horário político e os debates, certamente não se lembrarão das coisas prometidas pelo socialista. Isso é ruim.
Tão ruim quanto o alto número das abstenções. Ainda que se visse nesta ausência como desencanto, manifestação contrária ao sistema eleitoral e ao envolvimento de políticos em ações não republicanas.