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Opinião Quinta-feira, 19 de Julho de 2012, 09:03 - A | A

Quinta-feira, 19 de Julho de 2012, 09h:03 - A | A

A nova guerra do fim do mundo

Entre o mensalão e a Cachoeira, petistas e tucanos tentarão, ao menos, conseguir um empate técnico

Leonardo Attuch

 

Vem aí a Guerra do Fim do Mundo. Não a de Canudos, descrita de forma magistral pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa. Mas a de agosto – sempre agosto – no Brasil. No início do mês, começa o julgamento do mensalão. Em paralelo, os dois principais generais do PT na CPMI do caso Cachoeira deverão propor o indiciamento do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo. Curiosamente, o governador que disse ter alertado Lula em 2005 sobre a existência do mensalão.

Até agosto, muita água deve rolar por debaixo da ponte. É provável, por exemplo, que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que terá que fazer a sustentação oral da denúncia do mensalão, seja colocado contra a parede. Fontes da CPI disseminam a versão de que Gurgel vinha usando inquéritos contra pessoas com prerrogativa de foro privilegiado para obter vantagens pessoais – é essa a tese do ex-presidente Fernando Collor, que defende a abertura de inquérito contra o procurador.

Há também a possibilidade de que o principal réu do processo, o ex-ministro José Dirceu, que fez treinamento de guerrilha em Cuba, mas é também advogado, siga o exemplo de Fidel Castro e faça sua defesa oral diretamente, dispensando a ajuda do advogado José Luiz de Oliveira Lima. “A história me absolverá”, disse Fidel, em 1953, diante do seu júri.

No grande teatro da política, os atores dos principais partidos se movimentam em busca, ao menos, de um empate técnico. Se os réus do mensalão vieram a sofrer penas duras, já terão conseguido uma vitória ao atingir figuras de proa da oposição.

Não custa lembrar que Demóstenes Torres pode ter sido o “pai” da denúncia do mensalão, agindo em sintonia com Carlos Cachoeira. Essa tese é defendida pelo ex-prefeito de Anápolis, Ernani de Paula, que foi casado com a suplente de Demóstenes no Senado. Diz ele que, como Demóstenes foi vetado para a Secretaria Nacional de Justiça, onde trabalharia pela liberação do jogo no Brasil, teria tramado, com Cachoeira, que é também de Anápolis, as primeiras denúncias contra Dirceu.

Verdade ou não, em agosto a cachoeira e o mensalão se encontrarão para o duelo final, ao por do sol.

 

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