A 'desistência' de Natasha Slhessarenko da corrida ao Senado, anunciada na manhã deste sábado (06.08) não se pode classificar apenas como obra do acaso, pois há pontos a ponderar. Desde que as primeiras brumas lhe resfrescaram a pele com a pré-candidatura pelo PSB, a médica não vinha se portando, diga-se, muito bem em relação ao vocábulo político onde está traduzida a fidelidade.
Filiada a um partido de centro esquerda, tendo o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como segundo nome da chapa presidencial liderada pelo ex-presidente Lula, Natasha mais parecia membro da alada direita, uma hora se declarado a Mauro Mendes - bolsonarista na atualidade -, outra adepta aos projetos de Wellington Fagundes (PL) com o qual sonhou dividir o palanque. Natasha chegou a escorregar e gagueijar ao ser questionada sobre candidatura para a reeleição de Jair Bolsonaro, adversário central de Alckmin, o manda-chuva socialista, seu correligionário.
Muitos apostavam que Natsha seria convidada a sair do páreo a qualquer momento, muito pelos dedos e boca de Geraldo. Quem fez suas apostas nesse gabarito, ganhou. Na política partidária há dois modos principais de os líderes fazerem com que os de menor expressão os sigam. O primeiro é a ameaça de cassação da sua filiação - que pode terminar em perda de mandato, caso o rebelde seja eleito. O outro mecanismo é cortar a sua cota da verba do Fundão, já que um talho no bolso dói bem mais que cólica renal ou parto normal.
Não há história política alguém que peitou os grandes e saiu em vantagem. Ter sido 'convidada' a desistir não deve ser uma hipótese descartada. E Max Russi que abra o seu olho.
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