O deputado federal Abilio Brunini (PL) sofreu para conseguir desestabilizar adversários e garantir, com isso, o palanque necessário para garantir votos para chegar ao segundo turno. Pela primeira vez candidatos souberam anular Brunini, que se viu praticamente falando sozinho durante o debate da TVCA nesta quinta-feira (03.10).
Venceu quem conseguiu falar de propostas e de temas importantes nestas eleições. O problema é que a seara das propostas não parece ser dominada por Brunini. Exemplo disso foi a entrevista do candidato no final do programa: "O debate foi importante, não só pelas propostas", afirmou. E logo em seguida desandou a falar dos adversários.
Antes visto como um fenômeno na política local, representando uma direita que parecia estar se modernizando, o deputado federal parece repetir as mesmas estratégias cujo fracasso viu com os próprios olhos, quando perdeu para o atual prefeito no segundo turno em 2020. Estratégias que cada vez mais se resumem a deboche, ironia e ausência de discussão sobre temas sensíveis à população.
Brunini precisa sair de 2018, ano em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi eleito, e só assim poderá mostrar mais do que pode oferecer aos cuiabanos. Em nome da própria evolução como candidato e político, talvez fosse o caso de fugir da polarização "Lula-Bolsonaro" e encarar a realidade como algo mais complexo, menos limitante do que a simples dicotomia de "corruptos contra honestos", pois todos sabemos que, se fosse tão simples assim, o próprio Bolsonaro não teria de encarar acusações que, em outros anos, fazia contra os adversários.
Neste sentido, Lúdio e Botelho conseguiram avançar em temas essenciais: mudanças climáticas, educação, saúde e desenvolvimento do município. Para isso, decidiram ignorar algumas das provocações de Brunini, respondendo somente aquilo que consideram essencial ou crucial para o debate. O método deu certo.
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