Ativistas da oposição na Síria pediram que a Organização das Nações Unidas (ONU) atue com mais força para proteger civis, após o que eles descreveram como o "massacre" de cerca de 90 pessoas, muitas delas crianças, na cidade de Houla.
Vídeos divulgados na internet mostraram dezenas de corpos de crianças em poças de sangue, no chão de um quarto.
Observadores da ONU na Síria visitaram o local que, segundo a oposição, foi bombardeado e atacado por forças do governo de Bashar Al Assad, ontem (25.05).
Se o número de vítimas for confirmado, esse se tornará um dos ataques mais violentos em um único local, desde a trégua acertada em abril.
Ativistas dizem que mais 20 pessoas foram mortas em confrontos em outras partes da Síria, depois que milhares de manifestantes tomaram as ruas após as orações de ontem.
Ativistas pediram um dia de luto pelas vítimas do ataque em Houla. Segundo eles, milícias do governo são responsáveis pela morte de famílias inteiras, enquanto outras pessoas foram atingidas em bombardeios ou sumariamente executadas.
A imprensa internacional não tem acesso a diversas partes da Síria e é impossível verificar de forma independente relatos de violência, mas especialistas disseram que é improvável que o vídeo colocado na internet, mostrando corpos amontoados em um cômodo, seja falso.
Em uma carta ao Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a situação na Síria continua "extremamente séria" e que a oposição controla "partes significativas de algumas cidades".
Ban Ki-moon afirmou ainda que "grupos terroristas estabelecidos" poderiam estar por trás de alguns dos ataques à bomba realizados no país, devido ao nível de sofisticação das ações.
No início deste mês, uma explosão em Damasco deixou 55 mortos em um ataque que o governo atribuiu à Al Qaeda.
O atentado ocorreu em meio a temores de que o grupo extremista estaria se aproveitando da situação na Síria para ganhar espaço.
O secretário-geral admitiu que os esforços da ONU, para pôr fim ao conflito, tinham obtido apenas "um modesto progresso", pois a Síria "não cessou ou reduziu o uso de armamentos pesados em diversas áreas", uma das exigências do plano de paz proposto pelo enviado especial ao país, Kofi Annan.
A ONU diz que ao menos 10 mil pessoas foram mortas desde o início do levante contra o presidente Bashar Al Assad, em março de 2011.