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Internacional Segunda-feira, 18 de Agosto de 2014, 16:15 - A | A

Segunda-feira, 18 de Agosto de 2014, 16h:15 - A | A

Internacional

Jovem negro morto nos EUA levou pelo menos 6 tiros, revela autópsia

Michael Brown foi atingido na cabeça e no peito, segundo exame. Autópsia independente mostra que uma das balas entrou no topo do crânio

g1.com

A autópsia do município de St. Louis sobre o caso de menino negro morto pela polícia nos EUA revelou que ele recebeu de seis a oito tiros e foi atingido na cabeça e no peito.

Michael Brown, de 18 anos, foi baleado aparentemente sem reagir no dia 9 de agosto pelo policial identificado como Darren Wilson. O caso tem gerado protestos e distúrbios na cidade de Ferguson há mais de uma semana.

A polícia afirma que Brown morreu depois de reagir de forma agressiva e resistir à detenção. Mas Dorian Johnson, que acompanhava Brown quando ele foi baleado, afirmou que o jovem foi atingido quando estava com as mãos para o alto.

A médica legista da administração municipal Suzanne McCune disse que não podia confirmar se Brown foi atingido em outra parte do corpo, nem podia dar mais detalhes sobre o resultado da autópsia. O resultado final deverá ser divulgado em duas semanas, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

Nesta segunda, advogados da família de Brown divulgaram o resultado de outra autópsia realizada de forma independente e afirmaram que o jovem foi atingido pelo menos seis vezes. A investigação também revelou que uma das balas entrou no topo do crânio de Brown, sugerindo que sua cabeça estava inclinada para frente no momento em que foi atingido.

O governador de Missouri, Jay Nixon, ordenou nesta segunda a mobilização da Guarda Nacional para ajudar a polícia a restabelecer a ordem na cidade. Nixon também anunciou que não haverá toque de recolher na noite desta segunda, depois de dois dias com a medida, anunciada para conter os focos de violência na cidade, segundo informa a Reuters.

“Ele pede a todos que exerçam moderação e aos funcionários responsáveis pela aplicação da lei para que cumpram os padrões internacionais para lidar com manifestantes”, disse o porta-voz.

Os protestos pacíficos deste domingo foram "abalados por atos de violência criminal, obra de um grupo organizado e crescente de indivíduos, muitos deles procedentes de fora da comunidade e do estado do Missouri", destacou Nixon em um comunicado.

Presença do governo federal

Diante da violência crescente, o governo federal decidiu ter mais envolvimento na investigação, informa a France Presse. Nesta segunda, o secretário de Justiça, Eric Holder, informará ao presidente Barack Obama sobre a violência em Ferguson, anunciou a Casa Branca.

"Nosso objetivo imediato é garantir a segurança dos moradores de Ferguson, o fim dos saques e do vandalismo, e que as pessoas que vivem na comunidade confiem que a justiça será feita", afirmou uma conselheira de Obama, Valerie Jarrett.

Agentes do FBI estão interrogando testemunhas do tiroteio que matou Michael Brown.

O Departamento de Justiça anunciou no domingo que solicitará uma segunda necropsia do cadáver de Brown, em consequência das "circunstâncias extraordinárias" de sua morte.

Duas investigações estão em andamento sobre o caso e as controversas circunstâncias de sua morte. Uma é coordenada pelas autoridades locais e a outra pelo FBI.

A polícia divulgou uma gravação de um roubo ocorrido 20 minutos antes da detenção e morte de Brown, que mostra um jovem negro com altura similar à vítima roubando maços de cigarro em uma loja. Mas, segundo a própria polícia, o policial que disparou o tiro contra o jovem não sabia, naquele momento, que o rapaz era suspeito de roubo.

A família se declarou "escandalizada" com o que considera versões manipuladas divulgadas pela polícia para, segundo denuncia, tentar "responsabilizar a vítima e desviar a atenção".

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