O uso de peles de animais na fabricação de roupas, calçados e acessórios é fonte de polêmicas, discussões e protestos que já tiveram como alvo até a modelo brasileira Gisele Bündchen. Mas uma recente grife criada pela designer americana Pamela Paquin está dividindo as opiniões sobre o uso de peles verdadeiras na moda de luxo. Batizada de Petite Mort Fur, a marca produz peças sob encomenda somente com pele de animais que foram mortos atropelados nas estradas dos Estados Unidos.
A marca busca reverter o uso de um casaco de pele em público de "vergonha" para "orgulho". Isso porque os consumidores estariam dando um fim honrado aos animais mortos nas rodovias, conforme explica o site da empresa. "Bom gosto nunca deve ser às custas de outro", é o mantra da grife de luxo, que pretende ser socialmente correta ao fabricar produtos de peles de animais já mortos e não matar bichos exclusivamente para este fim.
As peças - que incluem luvas, polainas e cachecóis - são mesmo um luxo e tanto já que custam, em média, 640 libras (aproximadamente R$ 2663) cada. O cachecol da esquerda da foto acima, por exemplo, é feito sob encomenda e custa US$ 1200 (aproximadamente R$ 3200) se feito de pele de guaxinim, US$ 1500 (aproximadamente R$ 4 mil) se feito da pelagem de urso ou coiote, segundo informações do Facebook oficial da marca. O pedaço de cauda usado ao redor do pescoço exposto na foto da direita é vendido por US$ 5 mil (aproximadamente R$ 13.350). Além disso, a grife disponibiliza gravação de iniciais, detalhes em ouro e tingimento da pele por preço adicional.
Segundo o site inglês Daily Mail, todos os produtos são feitos de peles de animais mortos resgatados pelo Highway Department e pelo Animal Control, que têm licença para fazer a coleta dos bichos nas estradas norte-americanas. Depois disso, as peles de raposas e outros animais são congeladas e tratadas antes de serem costuradas.
Além disso, todas as peças saem da fábrica com uma ficha de prata que consta qual animal era dono daquela pele, um certificado que ele foi mesmo morto atropelado e onde foi encontrado sem vida.
"Amo animais, cresci em uma fazenda e sempre vi que há muitos atropelamentos na América", explicou a estilista em entrevista ao tablóide inglês. E, completou: "a maioria das pessoas fica agradecida por estarmos fazendo uma coisa respeitosa a estes animais".
A outra parte das pessoas, aquelas que não concordam com a iniciativa, a criticam por reacender na sociedade o desejo de consumo de roupas de pele e trazer à tona a ideia de status e luxo que uma pele verdadeira representa no mundo fashion, costume que perdeu muita força nos últimos anos com o crescimento de materiais falsos e maior fiscalização na morte de animais com este fim exclusivo.