Um tribunal egípcio confirmou neste sábado, 9, sentenças de morte contra 21 torcedores de futebol que participaram de um tumulto no estádio de Port Said no ano passado, em um caso que tem provocado confrontos sangrentos na cidade de Suez.As 72 mortes no estádio ocorreram em fevereiro de 2012 no final de uma partida entre a equipe Al-Ahly, do Cairo, e o time local Al-Masry, e desde então têm sido motivo de protestos.
A corte, presidida pelo juiz Sobhi Abdelmeguid, ordenou que os condenados sejam enforcados pelos delitos de "assassinato e tentativa de assassinato" em Port Said.
As penas de morte já haviam sido pronunciadas em 26 de janeiro e enviadas ao mufti - máxima autoridade religiosa do Egito - para que ele emitisse sua sentença, embora ainda restasse a confirmação da Justiça.
Além disso, a corte decretou penas de prisão com prazos de um e 15 anos para o restante dos acusados, ao mesmo tempo em que absolveu outras 28 pessoas.
Entre os condenados a 15 anos de prisão estão duas antigas autoridades policiais de Port Said, enquanto outros sete membros da Polícia foram absolvidos.
Protesto. Em reação à decisão da Justiça, torcedores do Al Ahly atacaram e incendiaram o Clube da Polícia, na capital.
Segundo a televisão estatal, milhares de radicais da torcida, conhecido como "Ultras Ahlawy", invadiram o Clube da Polícia e atearam fogo em algumas dependências.
Os bombeiros ainda estão tentando controlar o incêndio, segundo a agência estatal "Mena".
Além disso, alguns torcedores invadiram a Federação Egípcia de Futebol, que está localizada próxima à sede do Al Ahly.
Centenas de torcedores da equipe cairota que se dirigiam através das pontes sobre o Nilo rumo ao centro da cidade, onde ficam a praça Tahrir e o Ministério do Interior, deram meia volta e retornam neste momento à sede do clube.