A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou na manhã dessa terça-feira, 11, em pronunciamento no "Fórum pelo Progresso", em Paris, que os países emergentes mostraram maior capacidade de recuperação e com maior estabilidade macroeconômica. "Não vacilamos em lançar mãos de estímulos fiscais para reduzir impactos da crise", disse.
Ela destacou que o Brasil vem fazendo sua parte para mitigar os impactos no País da crise econômica. "Isso nos permitiu diminuir os efeitos da crise global", disse. Segundo ela, a contribuição brasileira nos próximos meses será uma maior aceleração da economia.
A presidente citou que o cenário do País tem "emprego em patamares extremamente elevados" e que, "em 2009, fomos os primeiros a sair da crise", completou Dilma, lembrando de uma série de ações tomadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, seu antecessor e presente no evento. Dilma considerou que as ações tomadas desde 2003, no início do primeiro mandato de Lula, e mantidas por ela, mostram que a "visão incorreta" entre crescimento e austeridade a fiscal foi superada.
Entre as ações do governo, Dilma citou ainda o programa "Brasil sem Miséria", que pretende eliminar a pobreza extrema no País até 2014. "Com políticas de emprego, salário e proteção social criamos grande mercado de massa", afirmou. A presidente lembrou ainda que o País deixou de buscar socorro financeiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e que hoje é credor global, "o que nos orgulha muito".
Críticas
Ela afirmou que a opção preferencial por políticas ortodoxas em países desenvolvidos não resolvem os problemas da crise. "O que vemos é o agravamento da recessão, aumento de desemprego, desesperança e desalento. A situação fiscal necessariamente se deteriora mais", disse.
Dilma reforçou as críticas contra as ações de países com caminhos de ajustes fiscais e ações de estímulos monetários. "O corte radical de gastos no mundo desenvolvido tem afetado o pilar de bem estar social. Isso afeta uma das maiores obras políticas, que foi a criação da União Europeia e do Euro".
Ela considera a saída da Europa da crise como crucial para o Brasil e para o mundo. "A recessão só torna mais aguda a crise e transforma em insolvência o que no primeiro momento era uma crise de liquidez", concluiu.