A maioria dos processos judiciais decorrentes do atentado de 11 de setembro de 2001, que completa 11 anos na terça-feira, já foi encerrada, mas uma ação que responsabiliza a United Airlines e a American Airlines por prejuízos sofridos no ataque ainda pode ir a julgamento.
Duas recentes decisões de um juiz federal rejeitando o arquivamento de uma ação relacionada ao pagamento de seguro abriram espaço para que o processo inteiro acabe diante de um júri.
Em 11 de setembro de 2001, militantes islâmicos sequestraram quatro aviões para cometer atentados nos EUA. Dois dos aviões foram lançados contra as torres gêmeas do World Trade Center; outro foi atirado contra o Pentágono, e o quarto caiu num campo desabitado do Estado da Pensilvânia.
O empresário Larry Silverstein, arrendatário do terreno onde ficava o World Trade Center, pleiteia que as companhias aéreas e outras partes ofereçam um ressarcimento além daquilo que ele já recebeu da sua seguradora.
A World Trade Center Properties, empresa de Silverstein, acusa a United, a United Continental Holdings e a American Airlines de falhas na segurança. O processo, aberto em 2008, também cita a Boeing, a Autoridade Portuária de Massachusetts (administradora do aeroporto Logan, em Boston) e empresas de segurança.
Silverstein queria 8,4 milhões de dólares em indenizações por prejuízos patrimoniais e lucros cessantes, embora o juiz Alvin Hellerstein já tenha limitado a quantia aos 2,8 bilhões de dólares que o empresário pagou pelo arrendamento. Esse processo é um dos últimos litígios judiciais relativos ao 11 de Setembro ainda abertos.
Hellerstein, responsável por um tribunal que fica a menos de 1,5 quilômetro do WTC, cuidou da maioria dos processos abertos por sobreviventes, por familiares dos mortos e por pessoas jurídicas.
Em 31 de agosto, ele rejeitou uma moção das empresas aéreas alegando que os 4 bilhões de dólares pagos por seguradoras a Silverstein mais do que compensavam os prejuízos de 2,8 bilhões que ele poderia cobrar das empresas aéreas. O juiz determinou que o caso deverá ser decidido por um júri, em data ainda não marcada.
Na segunda-feira, advogados de Silvertein escreveram ao juiz pedindo que ele marque "um julgamento de todas as questões", inclusive a responsabilidade civil das empresas aéreas.
A carta argumenta que o dinheiro está rendendo juros nas contas das seguradoras das rés, "ao invés de ajudar a reconstruir o World Trade Center".
A American Airlines e a United Continental não quiseram comentar o caso.