O setor de serviços do país registrou crescimento 1,7% em abril, em relação ao mesmo mês de 2014, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (18). É a segunda menor taxa da série, iniciada em 2012 - a menor taxa foi registrada em fevereiro deste ano (0,9%). No acumulado do ano, o setor cresceu 2,6%. Em 12 meses, a alta foi de 4,3%.
O resultado de abril foi inferior às taxas de março (6,1%) e janeiro (1,8%), mas superior a fevereiro (0,9% revisado).
“Os setores que mais impactaram são os que têm maiores receitas, transportes, informação e serviços prestados às famílias. A movimentação desses setores que vai comandar o resultado geral. Como a economia está fraco o desempenho é normal voltar ao patamar dos anos anteriores”, diz Juliana Vasconcellos, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.
Por tipos de serviços
Cresceram os serviços profissionais, administrativos e complementares (6,7%); serviços prestados às famílias (1,2%) e transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (1%). Apresentaram variações nominais negativas serviços de informação e comunicação (-0,1%) e outros serviços (-2,2%).
“O que está muito abaixo do patamar normal são os serviços prestados às famílias, influenciado pela renda, que está 3,8% menor em comparação com 2014, além dos preços de alimentação fora do domicílio, que ficou acima da inflação, 10,5% contra 8,2% no acumulado de 12 meses. Em períodos de incertezas e redução orçamentária a gente tende a cortar idas aos restaurantes, hotéis, salão de beleza”, explicou Juliana. “Esse 1,6% [outros serviços prestados às famílias, como salão de beleza] é bem abaixo do comportamento”.
Em termos de composição da taxa, as contribuições foram serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4 ponto percentual), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,3 p.p.); serviços prestados às famílias (0,1 p.p.). Os serviços de informação e comunicação não apresentaram contribuição significativa (0,0 p.p.) e outros serviços tiveram contribuição negativa de 0,1 ponto percentual.
Segundo a gerente, o resultado de 1,2% dos serviços de alojamento e alimentação é o pior resultado da série para abril. Já o resultado negativo de 6,8% dos serviços audiovisuais, de edição e agêcia de notícias, dentro de serviços de informação e comunicação, se deu em parte pelo corte do governo da verba destinada à publicidade e propaganda, principalmente a atividades em televisão aberta. O resultado é o pior da série para esse segmento.
Regiões
No que se refere aos resultados regionais, das 27 unidades da Federação, 13 apresentaram variações nominais positivas na comparação com abril de 2014, com destaque para Rondônia (7,9%); Ceará (4,5%); e Mato Grosso do Sul (3,9%). As menores variações positivas foram no Rio de Janeiro (0,7%), Pernambuco (1,6%), Pará (2%) e Minas Gerais (2%). Os estados com maiores taxas negativas foram Roraima (-9,9%), Amapá (-9,8%), Maranhão (-6,8%), Espírito Santo (-4,8%) e Mato Grosso, (-4,3%).