O salário mínimo pode chegar a R$ 867, em janeiro do ano que vem. A projeção da consultoria Tendências, divulgada ontem pelo “O Estado de S. Paulo”, levou em conta a previsão de 9% para a inflação deste ano — medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, que foi de 0,1%. Os dois indicadores integram o cálculo do valor do piso nacional.
Segundo o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, apenas o aumento do mínimo deve impactar as contas da Previdência Social em R$ 40 bilhões. Hoje, 70% das aposentadorias e das pensões do INSS são de até um salário mínimo (21 milhões de beneficiários). As despesas previdenciárias, portanto, devem sair de R$ 438,9 bilhões, este ano, para R$ 488,5 bilhões, em 2016.
A atual polícia de valorização do salário mínimo está em vigor desde 2008. A fórmula determina que o índice do reajuste seja igual à soma da variação do PIB de dois anos antes mais a variação da inflação do ano anterior. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou a manutenção da fórmula até 2019, mas quis estender o mesmo percentual de aumento aos 9,7 milhões de segurados do INSS que ganham acima do mínimo. Dilma Rousseff, porém, vetou a proposta.