Com a baixa na produção de feijão no país os preços de comercialização subiram em todos os setores (da indústria ao consumidor final). Nas gôndolas dos supermercados de Cuiabá, por exemplo, o produto pode ser encontrado a R$ 6,29 o pacote de 1 quilo. Já estas empresas, que em maio do ano passado pagavam R$ 3,70 o quilo, agora desembolsam cerca de R$ 4,70 o quilo. A diferença é de aproximadamente 30%. Atualmente o estado não produz tudo o que consome e para abastecer o mercado estadual as empresas têm que importar o alimento de outras regiões.
A queda na produção do feijão foi de 2% em todas as safras, passando de 2,9 milhões de toneladas para 2,8 milhões de toneladas. De acordo com dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) uma queda mais acentuada foi observada na primeira safra do feijão, quando a produção reduziu de 1,2 milhão de toneladas para 984 mil toneladas - queda de 20%. Conforme o setor produzido, essa quebra na produção faz parte de conjunto de variações climáticas enfrentadas e pragas nos principais polos produtores do país que refletem na produtividade.
"No Paraná foram as geadas, em Goiás a mosca branca e mofo e em outros estados foi a estiagem. Isso foi o que desencadeou a quebra na produção", justifica o gerente de uma empacotadora do alimento em Várzea Grande, Rafael Melo. Para ele, o preço do quilo do feijão deve permanecer estável até a colheita das próximas safras.
O levantamento realizado pela Conab, publicado neste mês de maio, mostra ainda que o estado do Paraná, o maior produtor de feijão do Brasil, teve uma redução de 14,4% na quantidade de toneladas na primeira safra. O volume produzido passou de 348,3 mil toneladas para 298,1 mil toneladas do grão.
O beneficiador de feijão de Várzea Grande, Osmar Janderci, diz que por conta desta quebra os compradores criaram uma disputa pelo que esta disponível no mercado. “O normal é a comercialização de 15 mil sacas por mês, mas agora são apenas 3 mil sacas disponíveis. Esta disputa entre os compradores parece com um leilão. Esta faltando feijão no mercado e por isso o preço aumentou”, conclui Janderci.
De acordo com o material da Conab a segunda safra do ano deve apresentar uma recuperação na produção em toneladas. No ano passado o Brasil produziu 1,06 milhão de toneladas de feijão, neste ano a expectativa é de 1,211 milhão de toneladas do grão, um crescimento de 13,9%.
A negociação do feijão e de outros cereais acontece na capital do estado de São Paulo nas madrugadas. Ela começa as 01:00h vai até as 05:00h da manhã no mesmo dia. A bolsinha de cereais, como é conhecida, é a base de negociais do país. De acordo com a Associação Supermercadista de Mato Grosso (Assmat) a saca do feijão de 60 quilos está custando R$ 150.