A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (12), em Água Branca (AL), que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer "porque isso é essencial" e não porque "achamos bonito falar que o PIB cresceu”.

Foi a primeira vez que a presidente falou publicamente sobre o assunto desde o último dia 1º, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o crescimento da economia em 2012 foi de 0,9%, abaixo da previsão do governo.

“O Brasil está tomando uma série de medidas para melhorar a produção. Nós queremos que o Brasil cresça e quero assegurar que o Brasil vai crescer. Mas vai crescer não porque achamos bonito falar que o PIB cresceu. Vai crescer porque isso é essencial para a melhoria de vida de cada brasileiro, de cada brasileira”, afirmou.

Dilma discursou em cerimônia realizada em Alagoas durante visita ao Canal do Sertão Alagoano.

Além do PIB, a presidente falou ainda sobre as desonerações anunciadas na última sexta-feira (8) dos produtos que compõem a cesta básica.

“A redução dos impostos da cesta é boa, é muito boa porque diminui a inflação, melhora a renda do assalariado, do trabalhador e de qualquer brasileiro porque permite que ele compre o mesmo produto por um preço menor”, disse.

Ela destacou o fato de o governo ter zerado o PIS-Cofins das carnes (bovina, suína, aves, peixes, ovinos e caprino). “Achamos que a cesta básica do brasileiros tem de ter carne. Essa cesta básica é crucial, quanto mais barata ela for, melhor para o Brasil”, disse.

A presidente disse ainda que a economia do país “é forte”. “Mas temos – como quando você conseguiu comprar sua casa, todo mundo quer dar uma melhoradinha nela – nós temos de querer melhorar nosso país”, afirmou.

Ela enumerou medidas de estímulo adotadas em 2012, como a diminuição da taxa de juros e a manutenção do emprego. “Este país é um país que nada contra a corrente internacional”, declarou.

Canal do Sertão Alagoano

Dilma visitou trechos do Canal do Sertão Alagoano, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) orçada em R$ 1 bilhão, segundo informou o Ministério da Integração. O empreendimento visa levar água a mais de um milhão de pessoas de 42 cidades.

Ainda conforme o ministério, os 65 quilômetros concluídos do canal já distribui água para consumo humano, animal e atividade agrícola aos municípios alagoanos de Delmiro Gouveia, Pariconha e Água Branca. A extensão total do canal, quando concluído, será de 250 quilômetros.

Durante a cerimônia, Dilma assinou autorização para aporte de mais R$ 5 milhões para dar continuidade à obra, com a construção do terceiro e do quarto trechos. Segundo a presidente, a extensão chegará a 122 km.

“Nós iremos sistematicamente fazendo mais trechos. Esses agora [trechos 3 e 4] estamos assegurando e garantindo. O dinheiro está previsto no PAC e, sem dúvida, essa obra, como diz o governador, vai ‘desembestar’ daqui para frente”, afirmou durante discurso.

A presidente anunciou ainda que o governo federal vai disponibilizar recursos para pavimentar 49 km da BR-116, único trecho, segundo ela, que ainda não está pavimentado. Dilma disse que essa demanda tem sido pleiteada pelo presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros (PMDB), que estava presente à cerimônia.

“O senador Renan Calheiros tem sistematicamente, junto com os demais senadores, pleiteado essa obra”, disse a presidente. “Vamos também construir um viaduto no entroncamento na BR-104 e da BR-316 em Maceió”, prometeu Dilma.

“Nós temos todo o interesse, primeiro de fazer obras como essa, porque permitem uma coisa extraordinária, que é enfrentar a seca. Não temos como impedir que a seca ocorra, mas temos como impedir que ela nos atinja. Essa obra vai durar anos e anos a fio e vai permitir que possamos enfrentar a seca de forma eficiente”, declarou Dilma.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, disse que o Canal do Sertão Alagoano será o maior do estado e um dos maiores do Nordeste. Obras como essa, disse o ministro, mostram que a região não precisa de “esmola”.

“[O Canal do Sertão Alagoano] mostra um Nordeste que não tem esmola, um Nordeste que, quando ele tem as mesmas oportunidades, ele é competente, eficiente. O Nordeste não é problema, o Nordeste é solução para o Brasil”, afirmou Bezerra.