A TIM não é a pior operadora do País e não compreendeu os critérios da Anatel para chegar a essa conclusão, disse ontem presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, que falou em nome da TIM Brasil. Ele classificou como "drástica" a decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de suspender as vendas de novas linhas da empresa em 18 Estados e no Distrito Federal a partir de segunda-feira (23.07).
Para o executivo, a competição entre as operadoras força a regulação do mercado.
– A TIM, neste momento, é a única operadora que não tem nem fidelização, subsídio ou contrato para a pessoa ficar (na operadora). Então a pessoa só fica na TIM porque ela quer. Ninguém é obrigado a ficar na TIM.
Segundo ele, a operadora investe R$ 3 bilhões por ano para melhorar a qualidade do serviço, principalmente para segurar o cliente.
– O cliente pode ir para outra operadora na hora que ele quiser.
O executivo reconheceu que há falhas na cobertura da TIM e atribuiu os problemas, principalmente, ao crescimento rápido do serviço.
– Uma rede de celular em um País que cresce como o Brasil é normal que funcione hoje, mas aí, quando constroem um prédio do lado da sua casa ou um shopping novo, o volume de tráfego é maior. Obviamente, a rede para de funcionar e o nosso trabalho é colocar uma nova antena perto da sua casa.
A TIM entrou ontem com um mandado de segurança contra a decisão da Anatel para tentar evitar a suspensão das vendas. Segundo Takayanagi, a "esperança" da empresa é obter uma decisão favorável na Justiça antes de segunda-feira. Mas, se não for possível, a TIM respeitará a decisão do órgão.
– O mandado de segurança não é uma afronta à agência. É uma tentativa de defender a operação.
O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, disse ontem que o encontro com a diretoria da TIM na quinta-feira foi "tenso".
– Eles acham que não deveriam ser punidos.
Qualidade de serviço: O governo suspendeu temporariamente na quarta-feira (18.07) a venda de novas linhas de telefonia celular das operadoras Oi, Claro e TIM, em vários estados do País até que apresentem um plano de ações que sirva para melhorar a qualidade do serviço.
A medida não afetou a operadora Vivo, controlada pela Telefônica e líder no segmento de telefonia celular no Brasil, embora a empresa também tenha sido obrigada a apresentar um plano de melhora do serviço.
A Anatel também exigiu na última sexta-feira (20.07) que a Telefônica corrija os supostos problemas em seu serviço de telefonia fixa, sob ameaça de uma multa de R$ 20 milhões