O presidente do Grupo Santander, Emilio Botín, sofreu um infarto e morreu na noite desta terça-feira (9.09), aos 79 anos, em Madri.
O comunicado foi feito pela Comissão Nacional da Bolsa de Valores (CNMV) da Espanha, nesta quarta (10.09).
O Santander indicou que a comissão de nomeações e retribuições e o conselho de administração se reunirão para designar ao novo presidente do banco.
Nascido em 1 de outubro de 1934 em Santander, Botín foi herdeiro da tradição financeira de sua família, já que seu avô e seu pai também foram presidentes do banco Santander, e começou a dirigir a entidade bancária em 1986, e foi um dos responsáveis pela sua expansão internacional.
Formado em Direito e Economia pela Universidade de Deusto, Emilio Botín ingressou aos 24 anos no Banco Santander, onde ocupou os postos de representante dos serviços centrais e de subdiretor-general.
Conselheiro do Banco Santander desde 1960, quatro anos depois foi nomeado diretor-geral e em 1971 foi eleito segundo vice-presidente do conselho de administração da entidade financeira.
Membro da Comissão Executiva do Banco Santander desde 1964, foi designado executivo-chefe em 1977.
Em 19 de novembro de 1986 foi nomeado presidente do Banco Santander e se tornou em um dos poucos gerentes financeiros que além de assumir a presidência da entidade, era seu principal executivo e máximo acionista.
Sua gestão se caracterizou pela estratégia de conquista do mercado internacional e por um processo de fusões e aquisições nacionais para conseguir a liderança entre os bancos espanhóis.
Emilio Botín era casado com Paloma O'Shea Artiñano e tinha seis filhos. Uma delas, Ana Patricia, dirige a filial britânica do Grupo Santander, Santander UK.
Botín no Brasil
No final de julho, Emilio Botín esteve no Rio de Janeiro. Na ocasião, o presidente do Grupo Santander repercutiu a demissão de uma funcionária do banco, no Brasil, por ter enviado a clientes de alta renda um informe, sugerindo que a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) poderia piorar a economia.
"A pessoa que foi demitida, foi demitida porque o banco achou que deveria demitir porque fez alguma coisa ruim", disse Botín, naquele dia, sem dar mais detalhes.