Os economistas do mercado financeiro baixaram, na semana passada, sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e também subiram sua expectativa de alta da inflação neste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o relatório de mercado, também conhecido como Focus.
O documento, que é fruto de pesquisa do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, foi divulgado nesta segunda-feira (4) pela autoridade monetária. Segundo o BC, a previsão de crescimento do PIB dos analistas dos bancos, relativa ao ano de 2013, recuou de 3,10% para 3,09% na última semana.
Para 2014, porém, a previsão dos analistas do mercado financeiro para o crescimento econômico subiu de 3,60% para 3,65%.
Na última semana, o IBGE informou que o PIB de 2012 avançou somente 0,9%, no pior desempenho desde 2009. Para este ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que vinha prevendo expansão superior a 4%, revisou sua estimativa para um crescimento de 3% a 4% em 2013.
Inflação e juros
No caso da inflação neste ano, medida pelo IPCA, a previsão do mercado financeiro subiu de 5,69% para 5,70% na semana passada. Para 2014, a estimativa do mercado financeiro para o IPCA ficou estável em 5,50%.
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Sobre os juros básicos da economia, o mercado financeiro segue acreditando que a taxa permanecerá no patamar de 7,25% ao ano, pelo menos, até o fim de 2013. Para o fechamento de 2014, a previsão do mercado para a taxa básica de juros foi mantida inalterada em 8,25% ao ano - o que pressupõe elevação dos juros no decorrer do próximo ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2013 permaneceu em R$ 2 por dólar. Para o fechamento de 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar ficou estável em R$ 2,05.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2013 recuou de US$ 15,20 bilhões para US$ 15 bilhões na semana passada. Para 2014, a previsão de superávit comercial caiu de US$ 15,60 bilhões para US$ 14,50 bilhões na última semana.
Para 2013, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para 2014, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros continuou em US$ 60 bilhões na última semana.