O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, por ser usado como base para as metas do governo, desacelerou para 0,60% em fevereiro, sobre 0,86% em janeiro, segundo informou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro de 2012, a taxa havia ficado em 0,45%.
Considerando os últimos 12 meses encerrados em fevereiro, contudo, o índice acelerou e foi para 6,31%, acima dos 6,15% relativos aos 12 meses encerrados em janeiro. É a maior variação em 12 meses desde dezembro de 2011, quando ficara em 6,5%.
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o índice tem alta de 1,47%.
As contas de energia elétrica ficaram 15,17% mais baratas em fevereiro, diz o IBGE, "refletindo boa parte da redução de 18% no valor das tarifas em vigor a partir de 24 de janeiro".
O peso de energia elétrica na composição do índice é de 3,18% e, com isso, o item colaborou para exercer signifcativo impacto para baixo no IPCA de fevereiro, destaca o instituto, com -0,48 ponto percentual. "Contando com a queda de 3,91% já incorporada no índice de janeiro, as contas de energia passaram a custar -18,49% neste ano", diz.
Apesar do recuo na energia elétrica, foram registrados expressivas altas nos valores do aluguel (2,26%) e condomínio (1,33%). As despesas com habitação diminuíram 2,38% em fevereiro, o grupo com menor resultado no mês.
Educação tem maior alta
O grupo educação registrou a maior variaçao em fevereiro, com 5,40%, e contribuiu com 0,24 ponto percentual no índice. "Esse resultado reflete os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares, que subiram 6,91% e constituíram-se no item de maior impacto individual no mês, com 0,19 ponto percentual", diz a pesquisa.
O segundo maior impacto individual veio da gasolina, com 0,16 ponto percentual, diz. O preço do litro ficou 4,10% mais caro para o consumidor. Como um todo, o grupo transportes registrou alta na taxa, para 0,81% em fevereiro, ante 0,75% em janeiro.
Somando os artigos de vestuário (de -0,53% em janeiro para 0,55% em fevereiro) e comunicação (de -0,08% para 0,10%), esses quatro grupos são os que apresentaram aceleração na taxa de um mês para o outro, diz o IBGE.
Do lado das desacelerações, o grupo despesas pessoais, registoru variação de 0,57%, bem abaixo da taxa de 1,55% do mês anterior. "Isso porque os recentes reajustes nos preços dos cigarros já foram incorporados na totalidade, e a variação desacelerou de 10,11% em janeiro para 0,93% em fevereiro", diz o instituto.
Mostraram desaceleração, ainda, os grupos artigos de residência (de 1,15% para 0,53%), saúde e cuidados pessoais (de 0,73% para 0,65%). Assim, os não alimentícios ficaram em 0,33% em fevereiro, abaixo da taxa de 0,50% de janeiro.
O setor de alimentação e bebidas, por sua vez, exerceu o maior impacto no índice no mês passado (0,35 ponto percentual), com taxa de 1,45%. Mesmo mostrando desaceleração em relação à alta de 1,99% de janeiro, o grupo foi responsável por 58% do índice de fevereiro.
O tomate ficou 20,17% mais caro, após ter aumentado 26,15% em janeiro, por conta de influência de problemas climáticos. A alta acumulado no ano é de 51,60%.
A cenoura registrou a maior alta no mês, de 21,41% (33,35% no ano). O açaí vem em terceiro lugar, com alta de 16,77% (31,57% no ano). Um dos destaques é o feijão-fradinho, com aumento de 9,61% (11,77% no ano).
Regiões
Entre as regiões, o maior índice foi o de Recife (0,98%), em razão da alta dos alimentos (2,61%), e o menor foi o do Rio de Janeiro (0,25%).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,52% em fevereiro e ficou 0,40 ponto percentual abaixo do resultado de 0,92% de janeiro, diz o IBGE. Nos dois primeiros meses do ano, a variação ficou em 1,44%. Considerando os últimos 12 meses, o índice ficou em 6,77%, acima da taxa de 6,63% dos doze meses encerrados em janeiro. Em fevereiro de 2012, o INPC foi de 0,39%.