"Construímos uma economia mais resistente a intempéries, com menos ônus para a população", disse o ministro da Fazenda Guido Mantega, nesta segunda-feira (25), quando também afirmou que o desempenho do país foi melhor que o de outros países do G20 durante a crise em questões como investimento, emprego e desenvolvimento socioeconômico.
Mantega disse ainda que o país começa a dar sinais de crescimento moderado, por isso o governo iniciou um política de descompressão, ou seja, mais no sentido de estimular a economia.
"Com inflação em queda livre e IPCA praticamente zero em julho, iniciou-se a descompressão da política monetária", disse o ministro, se referindo à redução no valor que os bancos têm de manter guardado como reserva, o compulsório. Ele diz que no 2º semestre está sendo detectado crescimento, ainda que moderado, por isso “é inadequado falar em estagnação, deflação".
Melhor que o G20
Mantega disse que o Brasil desacelerou "menos do que China, Índia e outros países do G20" e citou que o país foi o 5º que mais recebeu investimento estrangeiro direto e o 4º que "mais ampliou o colchão de reservas internacional". "O que nos dá segurança de enfrentar turbulência cambias e apostas contra nossa tranquilidade", disse.
O Brasil também se saiu bem em contrataste com as crises anteriores, considerou ele, que apontou haver uma estratégia clara de amortecer impacto da crise externa, evitando desemprego, deterioração da indústria e outros setores. "Resistimos à tentação da valorização do real, resultando em euforia consumista", disse.
Dando recados, o ministro disse que muitos discordam da política anticíclica - de dar estímulos em época de crise – e afirmou que "ninguém cumpriu o tripé econômico mais que o nosso governo".
Tripé
O tripé é, como o nome diz, três parâmetros que são buscados pelo governo para manter o país crescendo e com a economia controlada: a busca de inflação dentro da meta de 4,5% podendo chegar a 6,5% no topo; respeito ao limite mínimo de economia do governo para pagar juros de 3% do PIB e câmbio flutuante.
O ministro apontou que os países avançados estão demorando muito para enfrentar a crise de 2008.
Em 2014, o ministro vê a necessidade de enfrentar como a falta de chuvas, de mercado interno e externo, a escassez de crédito e consumo. Ainda assim o crescimento foi satisfatório em 2013, considerou o ministro, que participou de evento do jornal 'Valor Econômico'.