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Economia Quarta-feira, 14 de Novembro de 2012, 11:00 - A | A

Quarta-feira, 14 de Novembro de 2012, 11h:00 - A | A

Em setembro, 'prévia do PIB' tem maior queda mensal em 11 meses

Trata-se, também, da primeira queda do indicador desde março deste ano

G1.com

 

Após registrar forte alta em agosto, o nível de atividade econômica do país voltou a cair em setembro deste ano, quando foi registrada uma retração de 0,52% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que tenta antecipar o resultado do PIB.

Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo BC, o IBC-Br, após ajuste sazonal, somou 142,59 pontos em setembro, contra 143,34 pontos em agosto deste ano.

Segundo a instituição, trata-se da primeira queda do IBC-Br desde março deste ano, quando recuou 0,18%, e, também, da maior retração do índice em 11 meses (desde outubro de 2011 - quando foi registrado um recuo de 0,58%).

Terceiro trimestre e acumulado do ano

No terceiro trimestre deste ano, porém, houve continuidade na aceleração do IBC-Br. De acordo com números do Banco Central, o indicador avançou 1,15% de julho a setembro deste ano, contra um crescimento de 0,61% registrado no segundo trimestre (entre abril e junho). No primeiro trimestre deste ano, a taxa de expansão foi de 0,26%.

Nos nove primeiros meses deste ano, na comparação com igual período de 2011, entretanto, foi registrada uma elevação de somente 1,20% no IBC-Br, segundo dados da autoridade monetária. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal – considerada mais apropriada por economistas.

Previsões

O IBC-Br foi divulgado após o Ministério da Fazenda confirmar, nos últimos meses, a redução da sua estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 3% para 2%. Inicialmente, o governo estimava um crescimento acima de 4% para este ano.

O BC, por sua vez, baixou sua previsão de crescimento para este ano de 2,5% para 1,6% no fim de setembro. Para o mercado financeiro, a expansão será menor ainda: de 1,54% em 2012. Dados do IBC-Br, divulgados hoje, mostram expansão de somente 1,2% até setembro.

Se confirmado a expansão de cerca de 1,5%, será a menor taxa de crescimento desde 2009, quando o país registrou retração de 0,3%. Em 2010 e 2011, respectivamente, a economia cresceu 7,5% e 2,7%. O fraco crescimento do PIB estimado para este ano acontece em meio aos efeitos da crise financeira internacional, que tem impactado todas as economias do planeta.

Medidas de estímulo

O nível de atividade demorou para reagir neste ano apesar de uma série de medidas de estímulo à economia adotadas neste ano pelo governo federal, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis.

Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado.

O governo também anunciou em 2012 a liberação de R$ 20 bilhões em crédito para os estados e um programa governamental de compras de R$ 8,4 bilhões, além de medidas de defesa da concorrência.

IBC-Br

Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início do ano passado o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos.

"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção mais importações)", explicou o Banco Central.

Definição dos juros

O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Com crescimento menor, por exemplo, teoricamente há menos pressões inflacionárias. Atualmente, os juros básicos estão em 7,25% ao ano (a menor taxa da história).

Os juros estão caindo desde agosto do ano passado para estimular o nível de atividade econômica, em meio aos efeitos da crise financeira internacional. Até o momento, a previsão do mercado financeiro é de que a taxa básica não tenha novas quedas neste ano, e que permaneça neste patamar de 7,25% ao ano, pelo menos, até o fim de 2013.

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

 

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