O dólar comercial voltou a operar em alta, mesmo depois de o Banco Central ter feito duas intervenções na manhã desta segunda-feira (19.08) e após ter subido ao longo dos cinco dias da semana passada, acumulando alta de mais de 5% no período.
Só na sexta-feira, a alta do dólar ante o real foi de cerca de 2,5% e, para analistas e operadores do mercado, esse movimento pode ter um componente de especulação contra a moeda brasileira.
Perto das 11h30 (horário de Brasília), a moeda norte-americana avançava 0,15%, para R$ 2,3997 na venda. Veja a cotação.
"O mercado está um pouco delicado e o dólar subiu além da conta, está muito alto, e é lógico que tem especulação. Por isso que hoje tem espaço para cair", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.
Leilão - O dólar abriu em forte alta nesta segunda-feira, chegando a R$ 2,4172 na máxima do dia, poucos minutos após o início dos negócios, praticamente ignorando o fato de o BC ter anunciado na noite de sexta-feira a rolagem de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro.
A autoridade monetária acabou vendendo o lote todo, com volume financeiro equivalente a US$ 986,1 milhões e, assim, já rolou 40 mil contratos dos 100.800 que vencem no início de setembro.
Mas, antes de realizar o leilão para rolagem, o BC acabou anunciando nesta manhã outra venda de swap cambial tradicional – desta vez não para rolagem. Acabou vendendo o lote integral de 40 mil contratos com vencimentos entre 1º de novembro deste ano e 1º de abril de 2014. Como consequência, a moeda anulou a alta após o resultado e passou a cair, batendo na mínima de R$ 2,3851.
Último fechamento - Na sexta-feira, o dólar avançou 2,46% e fechou cotado a R$ 2,396 na venda. A alta ocorreu devido a um mau humor de investidores com a política econômica brasileira e após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que o câmbio mais desvalorizado beneficia a indústria brasileira.
Também pesa a expectativa dos investidores sobre a redução da política de estímulos feita pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, que injeta atualmente US$ 85 bilhões ao mês nos mercados.
Com os sinais de recuperação da maior economia do mundo, o Fed também já indicou que deve começar a retirar esses estímulos, o que vai reduzir a liquidez mundial.