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Economia Segunda-feira, 22 de Julho de 2013, 09:51 - A | A

Segunda-feira, 22 de Julho de 2013, 09h:51 - A | A

Deu na Veja:

Dinheiro deixa de circular nos comércios de Lucas de Rio Verde após bloqueio de bens da Telexfree e BBom

por Rojane Marta/VG Notícias

O portal da revista Veja, da editora Abril, abordou o “trauma” na economia do município Lucas do Rio Verde (a 350 quilômetros de Cuiabá) após determinação da Justiça em bloquear os bens das empresas Telexfree e BBom – ambas acusadas de criar pirâmides financeiras, por meio de um esquema possivelmente fraudulento de vendas de produtos como rastreadores de veículos e pacotes de telefonia.

Segundo a reportagem, os 45 mil habitantes da cidade, ao invés de usufruir a “riqueza produzida por uma década próspera de agronegócio, aguardam o desenrolar da investigação que, no último mês, resultou no bloqueio dos bens das empresas BBom e TelexFree”.

Ainda, de acordo com a reportagem, é possível observar de maneira dramática os efeitos do caso em Lucas do Rio Verde, onde não apenas os que "investiram" sentiram o baque, mas o comércio local também, pois, o dinheiro deixou de circular no município.

A promotora do Ministério Público de Mato Grosso Fernanda Pawelec, disse ao portal da Veja que a economia local quase parou depois do bloqueio. “Tudo enfraqueceu como não se via há muito tempo”, contou a promotora.

Já os vendedores do comércio varejista da cidade disseram à Veja que “o último mês foi muito difícil e quase ninguém comprou, e ainda, que “não há dinheiro circulando no município”.

A reportagem do portal também ouviu funcionários da Caixa Econômica Federal em Lucas do Rio Verde. Eles afirmaram que “o volume de depósitos na poupança caiu 30% no auge da euforia com o esquema, e não se recuperou. Muitas pessoas, além disso, comprometeram todo o salário em diferentes bancos, levantando dinheiro em empréstimos consignados para aplicar nas empresas que, em tese, lhes dariam um retorno extraordinário. O número de empréstimos continua alto”.

Além disso, a reportagem do portal da Veja destaca que o mercado imobiliário também sentiu o “baque”, já que antes dos bloqueios dos bens das empresas, os moradores de Lucas “vendiam casa, terreno, comércio para investir, e após o bloqueio, têm muita gente vendendo imóveis para pagar as dívidas”.

Investimentos nas empresas suspeitas – Conforme a reportagem, teve morador de Lucas de Rio Verde que investiu R$ 600 mil na Telexfree. “As promessas de ganhos da TelexFree e da BBom faziam brilhar os olhos de todas as classes de investidores. Um gerente de uma loja varejista contou ao site de VEJA que aplicou 30.000 reais de uma só vez na TelexFree – 27.000 saíram da poupança e 3.000 de um empréstimo. Ao final de dois meses, ele conseguiu resgatar 48.000 reais – uma rentabilidade acumulada 60% (a poupança rende menos de 6% ao ano), que seria improvável até mesmo para o esquema desenhado pelo megainvestidor Bernard Madoff, nos Estados Unidos, e que desmoronou em 2008. Aí reside o problema das pirâmides. Funcionam bem enquanto poucos sacam seus rendimentos. Mas, se houver uma corrida de resgates, tudo vem abaixo” diz trecho da reportagem.

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