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Economia Quarta-feira, 06 de Março de 2013, 08:12 - A | A

Quarta-feira, 06 de Março de 2013, 08h:12 - A | A

Copom deve manter juro estável em 7,25% ao ano, dizem analistas

Cenário econômico de crescimento baixo e inflação alta não é favorável

G1.com

 

Sob pressão dos últimos indicadores econômicos, que mostram fraco crescimento do PIB e alta da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (6) e deve manter a taxa básica de juros da economia inalterada em 7,25% ao ano - na mínima histórica. Essa é a opinião da grande parte dos analistas consultados pelo BC, por meio da pesquisa focus, realizada na semana passada.

Até o momento, a maior parcela dos economistas dos bancos acredita que a taxa permanecerá no patamar de 7,25% ao ano, pelo menos, até o fim de 2013. Alguns deles, porém, já preveem que os juros terão de subir em algum momento neste ano para conter a alta da inflação. A curva do mercado futuro, inclusive, já precifica um aumento dos juros no decorrer do ano - apontando para uma taxa de 7,69% ao ano em janeiro de 2014.

"O grande conflito do Brasil é a imperativa necessidade de crescer em um ambiente inflacionário que precisa ser revertido (...) É um quadro muito complexo que impõe a necessidade do governo fazer a opção pelo crescimento ou pela contenção da inflação. Se optar por ambos pode colher o fracasso", avaliou Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, que prevê a necessidade de alta dos juros a partir de abril deste ano para conter a inflação. Para ele, o governo deveria deixar de usar o câmbio (dólar abaixo de R$ 2) para tentar controlar o aumento de preços.

Sistema de metas

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC deve, teoricamente, calibrar os juros para atingir as metas centrais de inflação pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta.

Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para economistas, porém, o BC não estaria mirando na meta central de 4,5%, mas buscando evitar que a inflação ultrapasse o teto de 6,5% neste ano.

Recentemente, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a inflação deverá recuar no segundo semestre deste ano. Em sua visão, embora o IPCA tenha somado 6,15% em doze meses até janeiro, não há risco de descontrole inflacionário. Ele informou ainda que a política de juros poderá ser "ajustada" [elevação da taxa básica] se for necessário for.

Inflação preocupa

De acordo com o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Samy Dana, a inflação continua sendo um "grande empecilho" ao governo. “A inflação este ano deve ficar em 5,8%, bem próxima do teto da meta estipulada pelo governo que é de 6,5%. O governo precisa parar de incentivar o crédito desenfreadamente e aumentar a possibilidade de produção das indústrias, estimulando a ampliação de fábricas e investimentos mais longos”, diz Dana.

Para o coordenador de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, o BC deve aguardar para ver o impacto da desoneração da energia elétrica. “Acredita-se que esse item possa represar a inflação temporariamente. Entretanto, medidas de choque começam a ser necessárias, mesmo que isso represente aumento de juros e o início de um processo de recessão: baixo consumo e perdas de postos de trabalho”, avaliou ele.

Segundo Gonçalves, o governo mantém a "mesma receita de bolo" de antigos presidentes, em especial com a falta de investimentos estruturais. "Tais práticas precisam mudar para acompanhar o cenário internacional. É preciso reduzir a patamares favoráveis a tributação. Ainda há muito espaço para isso, para não sacrificar a empregabilidade e levar ao caos o país”, declarou o coordenador.

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