O Banco Central reduziu sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,5% para 2,3% no seu relatório de inflação do quarto trimestre deste ano, divulgado nesta sexta-feira (20).
É a terceira vez seguida que a instituição revisa para baixo a expectativa de crescimento da economia em 2013. No primeiro relatório para este ano, apresentado em março, a previsão era de 3,1%; em junho, caiu para 2,7% e em setembro, para 2,5%.
No início de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do terceiro trimestre deste ano registrou queda de 0,5%, após forte crescimento de 1,8% no anterior e ficou estagnado nos três primeiros meses dos ano.
Em 2012, a expansão do PIB foi de 1% e, no ano anterior, de 2,7%.
A previsão do BC para a expansão do PIB de 2013 está em linha com o que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta, feita na semana passada, é justamente de 2,3%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, por sua vez, tem dito que o crescimento da economia brasileira será de aproximadamente 2,5% em 2013.
"A atividade tende a retomar trajetória de expansão, favorecida, entre outros, pelas perspectivas de maior dinamismo da economia global e, no âmbito interno, por uma absorção que tende a continuar a ser positivamente influenciada pela evolução benigna do mercado de trabalho e pelos efeitos dos programas de concessão de serviços públicos", avaliou o Banco Central.
A autoridade monetária informou ainda que a sua previsão para o crescimento do PIB, nos doze meses até setembro de 2014, é também de 2,3%. A instituição ainda não divulgou sua estimativa para o crescimento do PIB em todo ano que vem.
Medidas de estímulo
No decorrer dos últimos anos, o governo anunciou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte dos juros básicos da economia, do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.
O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, que já conta com mais de 40 setores beneficiados, liberou mais crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.
As medidas de estímulo tiveram por objetivo combater os efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira. A crise, atualmente, ainda tem mostrado efeitos na Europa, ao mesmo tempo em que a China tem registrado expansão inferior aos últimos anos. Nos Estados Unidos, há sinais de uma pequena aceleração da economia.
Com o aumento da inflação neste ano, o governo já começou a reverter algumas das medidas de estímulo adotadas – como a queda de juros que prevaleceu em 2012. Neste ano, os juros já subiram em seis oportunidades, para 10% ao ano. Além disso, o governo também começou a recompor o IPI da linha branca.
Componentes do PIB
De acordo com o Banco Central, sua estimativa aponta para um crescimento de 7,3% da produção agropecuária neste ano, contra a previsão anterior de uma alta de 10,5%. Já a expectativa para o aumento anual da produção da indústria passou de 1,1% para 1,3%, ao mesmo tem que a previsão para a expansão do setor de serviços passou de 2,3% para 2% neste ano.
No âmbito da demanda agregada, a projeção para o consumo das famílias foi revisada de 1,9% para 2,3% para 2013, "em linha com o crescimento acima do projetado no terceiro trimestre". A projeção para o consumo do governo passou de 1,8% para 2,1% e a relativa à formação bruta de capital fixo (investimentos) recuou de 6,5% para 6,8% de alta, informou o BC.
No âmbito do componente externo da demanda agregada, a estimativa para as exportações passou de 1,7% para 2,4% de alta e, no caso das importações, a estimativa de expansão avançou de 8,4% para 8,9% neste ano. "A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB em 2013 é estimada em 3,3 p.p. e a do setor externo, em -1,0 p.p", informou a autoridade monetária.