A ferrugem asiática causou prejuízos na ordem de US$ 1 bilhão nas lavouras de Mato Grosso somente na safra 12/13. A doença, causada pelo fungo Phakopsora sp, ataca a produtividade da planta. A estimativa é que na última temporada o agricultor mato-grossense perdeu o equivalente a cinco sacas por hectare, totalizando 40 milhões de sacas em uma área de 8 milhões de hectares.
Os dados foram divulgados pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) nesta quinta-feira (13). No país, as perdas com a doença chegaram a US$ 19,7 bilhões desde a safra 2003/2004. O gerente técnico da Aprosoja, Nery Ribas, explica que os maiores prejuízos foram observados na safra de ciclo tardio, chegando a 15 sacas a menos por hectares – uma redução de 30% da produtividade média do Estado.
Ele enfatiza que a ferrugem asiática é o principal problema na cultura da soja brasileira, com danos que variam de 10% a 90% nas diversas regiões produtoras do país. Conforme ele, a doença se prolifera apesar da consciência do produtor em fazer o manejo correto das lavouras com a aplicação de fungicidas. “Uma das melhores formas de se controlar a doença é respeitar o vazio sanitário – que começa neste sábado (15)”.
Vazio Sanitário - Durante 90 dias os produtores de Mato Grosso devem respeitar o vazio sanitário da soja, que começa no dia 15 de junho e se estende até 15 de setembro. Neste período é preciso fazer a eliminação das plantas para evitar a proliferação da ferrugem asiática.
No entanto, o coordenador de defesa vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wanderlei Dias Guerra, avisa que o produtor já devia ter se preparado para o vazio. “ As plantas já deviam estar sendo eliminadas. Isso inclui as propriedades e nas margens das rodovias”.
O produtor que não respeitar o prazo irá pagar multa de 30 UPF´s (o equivalente a R$ 2,250) e mais duas UPF´s por hectare não destruído. Esse descumprimento gerou penalizações para 308 produtores de Mato Grosso no ano passado, resultado das 2.818 fiscalizações realizadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT). Em 2012, foram registradas 44 autuações.
Para o coordenador de Defesa Sanitária e Vegetal do Indea, Ronaldo de Assis, os números mostram que os produtores precisam ainda se esforçar para cumprir o controle da sanidade vegetal do estado. “Não cumprir o vazio sanitário é colocar em risco toda a cadeia produtiva da soja”.