Após o dólar romper a barreira dos R$ 2,40 nesta terça-feira (23) pela primeira vez desde fevereiro deste ano, o Banco Central vai aumentar sua intervenção no mercado de câmbio para tentar conter a alta na cotação da moeda.
O BC informou que vai elevar a oferta de contratos de "swap cambial" – instrumentos que funcionam como venda de moeda norte-americana no mercado futuro, o que tem influência no preço do dólar a vista.
Ao todo, o Banco Central vai passar a ofertar 15 mil contratos de "swap cambial", o que representa um aumento frente ao patamar anterior, que era de 6 mil contratos. Com isso, a instituição estará "rolando", ou seja, emitindo novos contratos em substituição aos que estão vencendo, no ritmo de 100%. Até o momento, somente 70% dos contratos vinham sendo "rolados".
O mercado financeiro acredita que este ritmo será mantido nos próximos vencimentos. Com isso, ao invés de rolar 70% dos US$ 6,6 bilhões em contratos de "swap cambial" que vencem no início de outubro, esse patamar passará para 100% dos vencimentos. Ao todo, serão US$ 2 bilhões a mais de contratos – o que tende a contribuir para impedir uma alta maior do dólar no mercado a vista.
A alta da moeda norte-americana é prejudicial para o controle da inflação no Brasil, uma vez que os produtos importados ficam mais caros, assim como os insumos – contribuindo para aumentar as pressões inflacionárias na economia brasileira.
Dólar mais alto, por sua vez, também beneficia indústria nacional, tornando seus produtos mais baratos no exterior, mas também torna as viagens internacionais mais onerosas para os brasileiros. Isso porque as passagens e hotéis geralmente são cotadas em dólar.