Os vereadores de Cuiabá criticaram na manhã desta quinta-feira (07.02), durante sessão ordinária, o reajuste da tarifa de água de 14,98%, feita pela CAB Cuiabá (CAB Ambiental) à Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário de Cuiabá (Amaes).
O vereador Domingos Sávio (PMDB) disse que a CAB prometeu no ano passado, quando um dos diretores esteve na Casa de Leis, amenizar o problema da falta de água na cidade. “Isso não vem ocorrendo, o abastecimento de água só vem piorando cada dia mais, os moradores chegam do serviço e não encontram água em suas casas”, destacou o parlamentar.
Segundo ele, é inadmissível que a empresa juntamente com a Amaes permita o aumento do valor da água em Cuiabá. “Mais inadmissível ainda é saber que cabe apenas a eles o direito de aumentar ou não o valor da tarifa. Temos um Conselho Municipal e ele não pode interferir nesse assunto, nós não podemos deixar isso acontecer em nossa cidade. Deixar uma empresa ter autonomia para fazer o que quiser e nada poder ser feito, temos que mudar isso”, declarou o peemedebista.
Ele ainda acusou a Amaes de um cabide empregos e de já ter acordado com a CAB para aceitar todas as decisões, referentes a aumento e outros assuntos de interesses da empresa de abastecimento. O acordo, segundo o parlamentar, foi realizado no firmamento do contrato na gestão de Chico Galindo (PTB), quando a prefeitura passou a concessão da água para a empresa.
O vereador sugeriu aos demais colegas que a Câmara tenha autoridade em interferir nas decisões de reajuste tarifário, e ainda, solicitou a criação de um Conselho, no qual a Câmara, Prefeitura, Amaes, CAB e Ministério Público possam discutir sobre os serviços destinados ao abastecimento da água e o aumento da tarifa. Além disso, convocar os diretores da CAB e a presidenta da Amaes, Karla Regina Lavratti, para compareceram à Casa de Leis e explicar o porquê do reajuste.
O vereador Toninho de Souza (PSD) declarou na tribuna, que a empresa pagou R$ 150 milhões para assumir os serviços, porém, deixou para a prefeitura a responsabilidade de arcar com os passivos trabalhistas da Sanecap, avaliados em R$ 200 milhões. “Isso é contra lei, uma verdadeira sacanagem com o povo cuiabano”, disse o social-democrata.
A vereadora Lueci Ramos (PSDB), destacou que a indignação com a CAB não é porque as pessoas estão com saudade da Sanecap, mas sim, porque a concessionária não permite fiscalização no serviço da empresa. “A única diferença da Cab com a Sanecap, é que nós vereadores não podemos mais fiscalizar, porque a má qualidade no serviço é o mesmo”, finalizou a parlamentar.
Sobre o aumento - Para aumentar a tarifa da água na cidade, a empresa alega que está tendo um gasto alto com energia elétrica. No entanto, no contrato de concessão determina que não poderia haver reajuste na tarifa nos primeiros 12 meses.
O contrato foi assinado pelo ex-prefeito Chico Galindo no dia 17 de fevereiro do ano passado, mas a empresa só passou a operar efetivamente a partir de 16 de abril. A única empresa que poderia se posicionar e impedir o aumento é a Amaes, porém, a agência não se posicionou contrário ao reajuste e com isso o aumento se dá automaticamente, sem necessidade de discussão ou de aprovações dos poderes legislativo e executivo municipais.
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