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Cidades Sexta-feira, 11 de Abril de 2025, 14:45 - A | A

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“Renúncia com Denúncia”

Superintendente de gestão educacional entrega o cargo e denuncia fura-fila na educação de VG

“Pegamos o boi pelo chifre e, sem apoio político ou institucional, fizemos acontecer,” diz ex-superintendente da educação de VG

Edina Araújo/VGN

O professor e advogado Halysson Vieira de Melo anunciou, nesta sexta-feira (11.04), sua renúncia ao cargo de superintendente de Gestão Escolar, após 100 dias de atuação na Secretaria Municipal de Educação de Várzea Grande. A decisão veio acompanhada de um detalhado balanço das ações realizadas no período, além de críticas à falta de apoio institucional e denúncias sobre irregularidades persistentes no sistema educacional do município.

“Foi uma honra, e até o momento, o maior desafio da minha vida”, afirmou Halysson. Ele agradeceu especialmente às equipes da Legislação e da Engenharia, a quem se referiu como “minha equipe”, destacando o trabalho conjunto que permitiu avanços significativos mesmo diante de adversidades.

Segundo o ex-superintendente, nos primeiros 30 dias de gestão foram regularizadas prestações de contas e resolvidas pendências de 11 obras de creches vinculadas ao FNDE, cujos contratos datam de 2012. Seis dessas unidades já estavam inauguradas, mas impedidas de receber recursos por falhas deixadas pela gestão anterior. As cinco restantes, ainda em construção, também tiveram suas situações regularizadas.

Outra frente de atuação foi a preparação das unidades escolares para o início do ano letivo. Campos, miniestádios, bibliotecas, casas de arte e anexos passaram por manutenção e, segundo ele, um sistema transparente foi criado para acompanhar os serviços e investimentos em tempo real.

Entretanto, Halysson denunciou o uso irregular de recursos da educação para custear serviços de Cultura, Esporte e Lazer, historicamente pagos com verba da pasta. “Por determinação superior, esses serviços foram pagos com recursos das escolas, o que gerou estranhamento por parte das diretoras e resultou em acusações injustas de que eu teria me beneficiado indevidamente desses valores — o que nego com veemência”, afirmou.

Sobre a falta de vagas nas unidades escolares, o ex-superintendente informou que atualmente mais de 2.700 crianças estão na fila de espera por uma vaga. Para tentar minimizar o déficit, foram criadas cerca de 600 novas vagas com a adaptação de espaços como bibliotecas e salas de professores. Ele também denunciou a prática do "fura-fila" e disse ter sugerido a publicação da lista de espera, conforme prevê a Lei nº 14.851/2024, além da adoção de critérios socioeconômicos nas matrículas. As propostas, porém, não foram acolhidas.

Outra medida destacada foi o início do processo de redimensionamento entre as redes municipal e estadual, com o objetivo de garantir vagas para os alunos do 6º ano. Segundo Halysson, há um desequilíbrio de responsabilidades entre as esferas que impacta diretamente o sistema educacional.

Ele também comentou sobre o relacionamento com os gestores escolares. “Nosso foco sempre foi a justiça e a equidade. Tentamos romper com um sistema de privilégios operado pela gestão anterior, onde algumas escolas recebiam tudo novo e outras apenas o que sobrava”, relatou. Apesar dos esforços, reconheceu que o tempo foi curto para implementar a redistribuição de recursos de forma plena.

Ao final do pronunciamento, Halysson assumiu erros, mas negou qualquer intenção de se beneficiar pessoalmente. Disse não ter recebido informações da gestão anterior e que precisou “aprender na marra”. “Pegamos o boi pelo chifre e, sem apoio político ou institucional, fizemos acontecer”, disse.
Ele encerrou agradecendo à família, especialmente à esposa e aos filhos, pelo apoio durante o período de intensa dedicação ao cargo. “Tenho a consciência tranquila por ter tentado fazer o certo”, concluiu.

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