Desempregada e desesperada, Liliane Julieta, 32 anos, mãe solteira de quatros filhos, dois meninos, um de 15 e um de 02, e duas meninas - de 13 e 11 anos, se viu obrigada a invadir uma casa no Residencial Nico Baracat, em Cuiabá, em fevereiro deste ano, pois segundo ela, não sabia mais o que fazer.
No entanto, após uma decisão judicial, Liliane e os filhos foram despejados, nessa quinta-feira (18.06). Confira matéria relacionada - Juiz manda família deixar casa invadida em Cuiabá; força policial pode ser usada
Na decisão, a proprietária da residência disse à Justiça, que desde dezembro do ano passado quando pegou as chaves, vinha reformando o imóvel para viabilizar as instalações dos aparelhos, pois a filha menor é portadora de “microcefalia e epilepsia de difícil controle”, porém, diante do agravamento da saúde da filha ela ficou impossibilitada de dar continuidade à referida reforma e se manteve afastada do imóvel por 25 dias.
Já Liliane, procurou a reportagem do , para contar sua história e fazer um apelo, pois não tem para onde ir com os filhos, e que provisoriamente está na casa de uma irmã. Ela contou que invadiu a casa, pois já não sabia mais para onde ir com os filhos e não tinha dinheiro para pagar aluguel. Foi quando decidiu, no desespero, invadir a casa 37, da quadra 10, rua 09, que estava abandonada, com as portas quebradas e tomada pelo mato. Segundo a mulher, ela e os filhos entraram na casa com a ajuda de alguns vizinhos, após alguns consertos e a limpeza no terreno.
Ela disse que agora, o desespero voltou a lhe assombrar, pois sem a casa e com o que ela ganha não sabe o que vai fazer. “Eu sou diarista, e por conta da pandemia da Covid-19 tenho encontrado dificuldades de arrumar emprego. Ninguém quer gente estranha dentro da sua casa de medo de ser contaminada. E agora, eu e meus filhos estamos vivendo com o dinheiro que recebo no valor de R$ 447 do programa Bolsa Família e da pouco pensão que o pai dos meus filhos pode ajudar, pois não trabalha com carteira assinada”, contou.
Liliane Julieta se diz inconformada e injustiçada de ver tantas casas fechadas e abandonadas no residencial, e muitas famílias como a dela sem um teto para morar com filhos. “Quando precisamos de um teto pra morar, não pensamos duas vezes quando ganhamos. Como pode falar que precisa, que não tem onde morar e quando ganha abandona. Eu queria saber o porquê até hoje essas casas estão abandonadas, e eu, que preciso e tenho direito como cidadã, não ganho uma casa dessas. É muita injustiça com o ser humano” desabafou.
Leia mais
Prefeitura adota pulseira de identificação para população com suspeita ou diagnosticada com Covid-19
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).