Não há motivos para pagar um imposto do qual não se vê retorno para o morador, com resultados práticos na melhoria da cidade. Essa foi a justificativa, quase que unânime, que a reportagem do VG Notícias recebeu ao ir às ruas ouvir da população várzea-grandense as razões para o baixo índice de adimplência no município em relação ao pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Embora plausível, a argumentação não é bem recebida pelo secretário de Receita de Várzea Grande, Luiz Fernando Botelho. “Se a população continuar neste pensamento, vai continua não vendo resultado do município, pois isso não é só um problema de Várzea Grande e sim de todas as cidades brasileiras”, refuta.
De acordo com o secretário, os municípios ficam somente com 14% de toda receita tributária gerada no Brasil, sendo que 62% ficam com a União e os outros 22% ficam com Estado. “Hoje, a prefeitura de Várzea Grande lida com a área social, saúde e segurança pública. Então fica difícil o prefeito trabalhar apenas com esses 14%. Ainda mais porque o prefeito Walace Guimarães, do PMDB, herdou R$ 500 milhões em dívidas, aproximadamente, de gestões anteriores. Com isso, fica difícil resolver problemas de ruas, iluminação pública, saúde, educação, segurança e todas as demais demandas em apenas um ano. Isso é pedir demais. Tem que se falar a verdade à população”, esbraveja Botelho.
O secretário continua seu discurso informando que, em 2013, a Secretaria de Receita de Várzea Grande estimava arrecadar R$ 23 milhões de IPTU, mas o município recebeu apenas R$ 8 milhões, mesmo com todo o trabalho que foi feito de divulgação em campanhas e benefícios oferecidos. Ele salienta que para poder fazer um pouco mais, a prefeitura teria que arrecadar no mínimo 60% do que lançar.
“Para 2014 vamos lançar R$ 53 milhões de IPTU. Se a população de Várzea Grande quiser vê resultado, tem que pagar pelo menos R$ 23 milhões, Se não pagar, não vai ver resultado”, desdenha o titular da pasta.
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