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Cidades Terça-feira, 20 de Fevereiro de 2018, 11:06 - A | A

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Grampolândia Pantaneira

Sargento da PM chora e diz que sofreu “gozações” por suposto envolvimento em grampos

Lucione Nazareth/ VG Notícias

 

O 2º sargento da PM, João Ricardo Soler, revelou que sofreu gozações de colegas da Polícia Militar quando foi citado por envolvimento nas escutas ilegais, e que jamais notou qualquer ilicitude praticada  pelo cabo Gerson Corrêa na realização de escutas telefônicas no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

A declaração foi realizada na manhã desta terça-feira (20.02) durante depoimento ao juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar.

João Ricardo Soler é apontado como a pessoa que instalou uma microcâmera na farda do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atuava como escrivão nas investigações dos grampos na PM. A microcâmera teria sido instalada, conforme os autos, com objetivo de “espionar” o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri – que era relator do processo dos grampos no TJ/MT-, para tentar afastá-lo do processo de investigação. Além de instalar o equipamento, Soler teria orientado o tenente sobre como utilizá-lo para gravar o magistrado.

Em depoimento, ele disse que recebeu o convite para ingressar no Gaeco em 2015, e que em seguida recebeu ordem do coronel Evandro Lesco para ir até a promotoria e receber nova designação, o qual teria sido participar a criação de uma nova ferramenta para interceptações telefônicas. Segundo ele, o cabo Gerson foi a pessoa que fez o convite e passou algumas orientações para atuar no programa Sentinela.

Em depoimento, Soler relatou que um dos primeiros trabalhos dele no programa foi na investigação de assassinato do jovem em Sinop, e que após isso retomou suas atividades na Casa Militar.

Ele revela que ficou sabendo que os áudios das interceptações poderiam ser enviados para celulares e, consequentemente, gravados e compartilhados por pessoas que não estavam ligadas diretamente as escutas.

O sargento afirma que o cabo Gerson Corrêa, coronel Ronelson Jorge de Barros, o cabo Euclides Luiz Torezan, participavam da operação do programa Sentinela, e que em nenhum momento percebeu que o coronel Zaqueu Barbosa tinha interesse nas escutas ilegais.

Soler contou que quando foi citado por envolvimento nas escutas ilegais, ele sofreu muitas “gozações” e “piadas de mal gosto” em alguns grupos de WhatsApp de PM. “Eu fui vítima de colegas em grupos de WhatsApp perguntando quanto eu cobrava para grampear ou escutar alguém”, contou o militar.

O depoente declarou que ficou atuando por quatro anos no Gaeco ao lado de cabo Gerson Corrêa, e que nunca notou qualquer ato ilegal praticado pelo militar. “Cansei de comer pizza com ele a noite no Gaeco. Tinha operação que ele chegava a dormir lá”, contou o sargento que ao final do comentário chorou apontando que Corrêa sempre se dedicou inteiramente ao trabalho de inteligência do Gaeco.

Soler disse que existe a possibilidade de números terem sido inseridos de forma equivocada na lista para interceptação, citando que uma certa vez notou o número de um agente do Gaeco no rol de telefones grampeados, e que ao avisar do equívoco, o próprio agente comentou sobre a inserção errada por culpa do cansaço pelo excesso de trabalho.

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