Posseiros do distrito de Posto da Mata (MT), principal foco de resistência à operação de retirada de não índios da terra indígena Marãiwatsédé, têm até hoje para deixar o local.
Diante do ultimato da Justiça Federal, muitos estão desmontando casas e carregando caminhões para saírem da localidade, em Alto Boa Vista, nordeste de Mato Grosso.
O distrito era o principal foco de tensão até a semana passada, quando forças federais de segurança tomaram o posto de combustível que serviu de base de resistência dos posseiros durante um mês.
"Não tem mais resistência", disse o novo prefeito de Alto Boa Vista, Leuzipe Gonçalves (PMDB). A prefeitura está alojando em um ginásio quem não tem para onde ir.
A área, que está sendo desocupada, tem 165 mil hectares e foi reconhecida em novembro passado como terra indígena xavante.
Posseiros ocupam o local desde 1992. A terra indígena foi homologada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
A comerciante Juliana Mesquita, 21, afirmou que a maioria das famílias está saindo do local. Mas ainda há quem acredite em uma reviravolta judicial que garanta a permanência na área.
O governo federal informou que quem não sair da área indígena até o fim do dia terá os bens confiscados, pode ser preso e responder pelo crime de desobediência.
Famílias que têm perfil para reforma agrária estão sendo levadas para assentamentos em cidades vizinhas.
No último domingo, policiais federais e da Força Nacional de Segurança Pública tomaram Posto da Mata.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) disse que a ocupação foi pacífica, mas moradores relataram à Folha que os policiais detonaram bombas de efeito moral.
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