Policiais federais, civis e militares, Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Grupo Especializado de Fronteira (Gefron) e oficiais do Corpo de Bombeiros chegaram à região da Serra da Borda, em Pontes e Lacerda (a 483 km de Cuiabá), durante este final de semana para desocupar o garimpo ilegal que funciona há mais de dois meses no município. O garimpo ilegal já atraiu mais de sete mil pessoas, e muitos resistem obedecer à ordem judicial para deixar o local. O VG Notícias divulgou em primeira mão a exploração do garimpo na região. Clique Aqui e confira matéria relacionada.
Segundo a polícia, a previsão é de que na quarta-feira (11.11) os agentes subam até o garimpo para retirar à força os últimos resistentes. Ainda conforme a PF, aproximadamente 500 garimpeiros resistem no local, mesmo assim, o número é considerado menor do que o esperado.
Até a data determinada, os garimpeiros podem sair do local levando todo o maquinário usado, mas sem levar ouro algum consigo. Para impedir o acesso de novos aventureiros ao garimpo, a polícia inicia, ainda neste domingo, uma série de bloqueios na região.
Força tarefa - Neste domingo (08.11), cerca de 150 policiais se reuniram em frente a um posto de combustível que funciona como ponto de parada antes do garimpo e fizeram um pequeno desfile pela cidade. A intenção é fazer com que, ao perceberem a quantidade de policiais e de viaturas no local, os últimos garimpeiros deixem a Serra da Borda voluntariamente.
Operação - Um vereador e cinco policiais civis e militares foram presos pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (06.11) durante a operação "Corrida do Ouro", desencadeada para desarticular uma quadrilha que seria responsável pela exploração do garimpo na Serra da Borda, controlando a área mediante extorsão.
De acordo com a PF, um oficial da reserva da Polícia Militar é membro da quadrilha, que contaria com jagunços armados para controlar as atividades na Serra da Borda como “gerentes”, segundo classificou o delegado Ronald da Silva de Miranda.
Garimpo ilegal - Há 23 dias, a Justiça Federal determinou o fechamento do garimpo porque o local estava funcionando sem a permissão do Departamento Nacional de Produção Mineral (DPNM).
Na decisão, assinada pelo juiz Francisco Antônio de Moura Júnior, o garimpo foi declarado ilegal e foi determinada a apreensão de todo o minério extraído ilegalmente e a retirada de todos os trabalhadores do local, inclusive com o uso de força policial, se fosse preciso.
Os garimpeiros pedem para que a extração seja legalizada e tem recolhido assinaturas para criar uma espécie de associação.
Muitos dos que estão na área são de Pontes e Lacerda e, conforme a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), são responsáveis por colocar em risco a água consumida na cidade. A Sema diz que essas pessoas têm levado a terra extraída para ser lavada em casa com mercúrio, metal tóxico que ajuda na separação do ouro e que pode causar doenças neurológicas graves. O mercúrio acaba escoado pelos ralos das casas e chega até a rede de abastecimento de água.
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