A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso contará com um Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), para ajudar na identificação de valores, bens e capitais originários de atividades ilícitas. O laboratório será montado por meio de convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, com recursos do Plano Estratégico Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON).
O laboratório é uma tecnologia que possibilita a análise de grandes volumes de informações bancárias, fiscais e de outras naturezas, atuando como importante meio na produção de provas da movimentação financeira e tributária das quadrilhas que praticam crimes variados, entre eles o narcotráfico e contra a administração pública.
O delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Anderson Garcia, disse que a ferramenta é parte de vários investimentos em tecnologia que a instituição está procurando dotar, para o aprimoramento do trabalho investigativo. “Esse laboratório vem ao encontro dos anseios da Polícia Civil, que há muito tempo se prepara para atuar no resgate de ativos, oriundos de ações criminosas”, afirmou Garcia.
“Entendemos que no combate a uma organização criminosa, temos além de identificar e prender seus integrantes, trazer aos cofres públicos os bens, valores e dinheiros advindos das ações delituosas. Somente assim, abalando sua estrutura financeira é que conseguiremos fazer frente a criminalidade organizada”, completou o delegado geral.
De acordo com Garcia, a Polícia Civil já tem profissionais preparados para trabalhar com lavagem de dinheiro e, neste mês, sete desses policiais, dentre eles três delegados, participam de um curso de capacitação em “Inteligência Financeira”, promovido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), na Academia da Polícia Civil, em Cuiabá, com integrantes dos 11 estados da fronteira terrestre com a América do Sul, que compõem o Enafron.
O coordenador do Laboratório de Lavagem de Dinheiro do Ministério da Justiça, em Brasília, Roberto Zaina, disse que de posse de dados bancários, fiscais, telefônicos e cadastrais, todos autorizados pela Justiça, o Laboratório aplica soluções tecnológicas e métodos de análise para a identificação de ativos ilícitos. “Isto permite o corte do fluxo financeiro e a descapitalização da organização criminosa, propiciando o bloqueio e recuperação de ativos”, explicou.
O LAB-LD do Ministério da Justiça está instalado dentro da estrutura do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ).
Conforme o coordenador do LAB-LD, atualmente são 16 laboratórios no Brasil, que formam a Rede Nacional de Laboratórios contra Lavagem de Dinheiro (REDE-LAB), ou seja, um conjunto de Laboratórios de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) instalados no Brasil, que estão distribuídos em órgãos federais (DRCI, Polícia Federal e Receita Federal), nos Ministérios Públicos (Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, e do Distrito Federal e Territórios) e nas Secretarias de Segurança Pública dos Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina e agora Mato Grosso, dentro da estrutura da Polícia Judiciária Civil.
“Uma das principais características da rede é o compartilhamento de experiências, técnicas e soluções voltadas para análise de dados, e, também, para a detecção da prática da lavagem de dinheiro e crimes relacionados”, detalhou Zaina.
O LAB-LD do Ministério da Justiça é o órgão gestor da REDE-LAB, servindo como unidade modelo e, também, definindo as estratégias de aprimoramento dos demais Laboratórios.
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