A Polícia Federal (PF) deve investigar as ameaças de morte que teriam sido recebidas por uma procuradora da República, um juiz federal e um delegado da Polícia Federal responsáveis pelas investigações sobre exploração ilegal de terras da reforma agrária na região de Itanhangá (a 447 km de Cuiabá), no qual desencadeou a operação "Terra Prometida", deflagrada no último dia 27. Três testemunhas também teriam recebido ameaças.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) as ameaças de morte foram realizadas na semana passada logo após Justiça Federal proferir decisão favorável à soltura de 34 pessoas que haviam sido presas durante a operação, mediante mandados de prisão preventiva.
Os pedidos de prisão e busca e apreensão foram feitos com base nas investigações iniciadas há quatro anos para apurar os crimes de invasão de terras da União, associação criminosa armada, crimes contra o meio ambiente, de fraude documental nos processos do Incra, estelionato majorado, corrupção ativa e passiva, e ameaça.
Segundo o MPF, as pessoas apreendidas durante a operação são suspeitas de participar de uma quadrilha voltada à exploração ilegal dos lotes do assentamento Itanhangá mediante fraudes, auxílio de servidores públicos e pistolagem.
O órgão federal informou que nessa segunda-feira (08.12) o juiz federal, a procuradora da República e o delegado da PF, estiveram reunidos para tratar sobre as ameaças sofridas. “A intenção foi obter orientações sobre as provas coletadas, e também sobre os procedimentos e medidas de segurança a serem adotados diante da ameaça sofrida”, diz o Ministério Público Federal em nota.
A Polícia Federal tem a informação de que os telefonemas com as ameaças partiram de um telefone público no município de Itanhangá, onde residem vários dos investigados.
O entendimento da procuradora da República e do delegado é que as ameaças sofridas por eles e pelas testemunhas demonstram quão poderosa é a organização criminosa e corroboram com a investigação pois fortalecem os argumentos que embasaram os pedidos de prisão e busca e apreensão.
“Não estamos intimidados. As ameaças reforçam os nossos argumentos sobre a periculosidade da organização criminosa e demonstram que a investigação está no caminho certo. Daremos seguimento à investigação com a mesma dedicação aplicada desde o início dos trabalhos”, afirmam.
Assentamento Itanhangá - O assentamento tem 115 mil hectares e é o segundo maior da América Latina. Originalmente, o assentamento era dividido em 1.149 lotes que foram, em quase a sua totalidade, unidos para a formação de latifúndios para lavoura mecanizada.
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